sexta-feira, 13 de maio de 2011

Europa Ocidental

Oeste da Europa

Divisão moderna. Definição da Europa ocidental de acordo com a UN division geografica[1]
A Europa Ocidental ou Oeste Europeu é uma parte da Europa cujas fronteiras dependem da definição. Estas fronteiras, no entanto, estão sujeitas a consideráveis flutuações e sobreposições, o que dificulta a diferenciação. O conceito de Europa Ocidental também está associado à noção de Mundo Ocidental.
Mundo ocidental; o território europeu do Oeste de acordo com o Huntington. O mapa representa o Oriente ortodoxo e ocidental cristã (católica-protestante) West. Através dos séculos, o Grande Cisma causaram diferenças determinante em alfabetos, estrutura social, nas formas dominantes, nos estilos arquitetônicos, nas tecnologias aplicadas e desenvolvimento econômico, na filosofia e na ética, na arquitetura, nas artes plásticas, e em vestuário.[2]
Antes da Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, o termo "Europa Ocidental" era usado para designar a parte de Europa que tinha importantes raízes coloniales: católicas ou protestantes, ou seja, a área ocupada por França, Irlanda, Reino Unido, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Islândia, Suíça, Liechtenstein, Andorra, Noruega, São Marino, Mónaco,Áustria, Hungria Dinamarca, Polónia, Itália, Portugal, Espanha e Vaticano. Foram estes países em que a Cultura ocidental se desenvolveu e deles que esta cultura se espalhou pelo mundo.
Cátolica Europa Ocidental (amarelo escuro)
Durante a Guerra Fria, quando a Europa Ocidental designava os países membros da OTAN e sob influência norte-americana, o termo era frequentemente usado como contraponto a Europa Oriental, que estava sob influência soviética. As fronteiras entre os países do Ocidente e do Leste estavam muito bem defendidas, especialmente do lado oriental. A estas fronteiras dava-se também o nome de Cortina de Ferro.
Mapa da Europa durante a Guerra Fria:
██ comunismo, mesmo frente ocidental durante a Guerra Fria
██ fronteira União Soviética's com o resto da Europa Oriental
██ OTAN países
██ Estados neutros ainda muitas vezes contada como Europa Ocidental
██ [estados[comunista
██ Países conectados ao bloco do leste
.
Até há pouco tempo, podia-se dizer com segurança que a Europa Ocidental correspondia aos países da União Europeia adicionando-se-lhes a Islândia, a Suíça, o Liechtenstein, Andorra, a Noruega, São Marino e o Mónaco.
União Europeia (azul escuro), 2011
Para a Organização das Nações Unidas,[3] a Europa ocidental compreende a Alemanha, a Áustria, a Bélgica, a França, o Liechtenstein, o Luxemburgo, o Mónaco, os Países Baixos e a Suíça.
A Divisão Geógrafica das Nações Unidas define Europa Ocidental como:
Frequentemente:
Raramente:
Essa divisão é usado atualmente por cientistas europeus[13], mídia e políticos, incluindo, mas não limitados a: Meyers grosses Taschenlexikon (1999), Columbia Encyclopedia (2009), Encyclopaedia Larousse (2009) Encyclopedia Britannica, The World Factbook (2009), [[2]], Brockhaus Enzyklopädie (1998), União Europeia ea Comissão

Bélgica

O Reino da Bélgica tem uma área de 30 510 km², distribuídos por três regiões físicas principais: a planície costeira (localizada a noroeste), o planalto central e as elevações das Ardenas (situadas a sudeste).Sua população é cerca de 10,4 milhões (julho 2005, estimado), entre os quais 6,2 milhões de Flamengo (na Flandres e Bruxelas), 3,2 milhões de Valões, 900 mil habitantes em Bruxelas e 70 mil germanófonos. A Bélgica tem uma cultura muito rica em museus, prédios históricos e arte. Uma vez por ano tem um concurso de música chamado "Koningin Elisabeth Wedstrijd"'. Nesse concurso anual se escolhe um tipo de instrumento
É membro da União Europeia e da (OTAN). A base da sua economia é a metalurgia, produtos químicos (farmacêuticos), eletrônicos ,têxteis, vidros,chocolates, diamantes, móveis e agricultura (uvas,[carece de fontes] ameixas, morangos e aspargos)

Entardecer em Bruxelas, a capital da Bélgica.

França

A República Francesa, foi o primeiro dos grandes estados europeus a ser formado, sendo sua capital em Paris. Incluindo os territórios ultramarinos, a França tem uma superfície de 675 417 km² e por volta de 64,5 milhões de habitantes. O francês é o idioma oficial, segundo a consituição, outros 77 línguas e dialetos existem no país.[14] Uma das grandes incentivadoras e membro-criador da União Europeia, o país foi uma potência colonial no passado, e ainda possui territórios e dependências ultramarinas, em diversos lugares ao redor do mundo.
A França é um país rico, que disputa com a Alemanha e o Reino Unido a liderança da economia na União Europeia, porque é a segunda economia da Europa e a quinta maior do mundo. Paris é a segunda cidade mais populosa do continente, e figura como uma cidade global. Seu monumento mais emblemático é a Torre Eiffel.

A Torre Eiffel. O monumento mais emblemático da França, que é o símbolo mais recohecido do país.

Irlanda


Luxemburgo

O Grão-Ducado do Luxemburgo caracteriza-se por uma economia de boa renda e crescimento contínuo, tem o maior PNB (Produto Nacional Bruto) per capita do mundo ($US61 220), além de baixíssimos índices de inflação e desemprego. O setor industrial era dominado praticamente pelo aço, mas recentemente se diversificou ao incluir o ramo químico e a borracha.

Estação ferroviária na cidade de Luxemburgo.

Mônaco ou Mónaco

O Principado do Mónaco (português europeu) ou Mônaco (português brasileiro) é o segundo menor Estado independente do mundo (depois do Vaticano), constituindo um principado encravado no sul da França, (Costa Azul) a dezoito quilômetros de Nice e perto da fronteira com a Itália. Além das finanças, a economia monegasca é movimentada em grande parte pelo setor imobiliário: as duzentas empresas de construção civil são a força motriz da economia. O turismo é uma das mais importantes fontes de renda do país. O setor hoteleiro é dinâmico: 2 500 quartos que recebem, ao ano, 225 mil visitantes.
Apenas 16% dos habitantes são monegascos. Os demais habitantes são franceses (47%), italianos (16%) e outros (21%). O idioma oficial é o francês, mas falam-se várias outras línguas devido às variadas origens de seus habitantes. Dentre estas as principais são o monegasco, o inglês e o italiano.

Países Baixos

Os Países Baixos (incorretamente chamados de Holanda) é um dos países mais densamente povoados do globo. São popularmente conhecidos por seus diques, suas tulipas, seus moinhos, seus tamancos e sua tolerância social. Suas políticas liberais são frequentemente mencionadas e usadas como (bons ou maus) exemplos nos demais países.
Um dos fatores culturais que mais destaca os Países Baixos são os pintores renomados ao longo dos séculos. Durante o século XVII, quando o país era uma República e bem próspera, houve o surgimento de grandes artistas e aquela época ficou conhecida como a Era dos Mestres neerlandeses, entre eles, Rembrandt van Rijn, Johannes Vermeer, Jan Steen e Jacob van Ruysdael. Grandes Pintores do século XIX e XX foram Vincent van Gogh e Piet Mondriaan.

Reino Unido


Localização do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte

Localização do Reino Unido (em verde)
No continente europeu (em cinzento e verde-claro)
Na União Europeia (em verde-claro)
CapitalLondres
51°30'N 00°07'WCidade mais populosaLondresLíngua oficialinglês (de facto)[4]GovernoSistema parlamentarista e monarquia constitucional - MonarcaElizabeth II - Primeiro-ministroDavid CameronFormação  - Tratado de União1 de maio de 1707  - A(c)to de União1 de janeiro de 1801  - Tratado Anglo-Irlandês12 de abril de 1922 Entrada na UE1 de janeiro de 1973Área  - Total244.820 km² (79.º) - Água (%)1,34População  - Estimativa de 200760.975.000[1] hab. (22.º) - Censo 200158.789.194[2] hab.  - Densidade246 hab./km² (48.º)PIB (base PPC)Estimativa de 2006 - TotalUS$ 2,183 trilhões*[3] (7.º) - Per capitaUS$ 34.105 (16.º)Indicadores sociais - Gini (2005)34[4]  – médio - IDH (2010)0,849 (26.º) – muito elevado[5] - Esper. de vida79,4 anos (22.º) - Mort. infantil4,8/mil nasc. (22.º) - Alfabetização99,0% (19.º)MoedaLibra esterlina (£) [5] (GBP)Fuso horárioGMT (UTC+0) - Verão (DST)BST (UTC+1)Org. internacionaisOMC, UE, OTAN, G8, Conselho da EuropaCód. ISOGBRCód. Internet.ukCód. telef.+44Website governamentalhttp://www.direct.gov.ukO Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte (em inglês: United Kingdom of Great Britain and Northern Ireland), mais conhecido como Reino Unido, ou pela sigla em inglês UK, é um país insular soberano[6][7] localizado na costa noroeste da Europa continental. O Reino Unido inclui a ilha da Grã-Bretanha, a parte nordeste da ilha da Irlanda e muitas ilhas pequenas. A Irlanda do Norte é a única parte do Reino Unido com uma fronteira terrestre, sendo a mesma com a República da Irlanda.[8] Fora essa fronteira terrestre, o Reino Unido é cercado pelo Oceano Atlântico, o Mar do Norte, o Canal da Mancha e o Mar da Irlanda. A maior ilha, a Grã-Bretanha, é conectada com a França pelo Eurotúnel.
O Reino Unido é uma unificação[9][10] de quatro nações constituintes: Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales. O Reino Unido é governado por um sistema parlamentar com a sede do governo em Londres, a capital, e é uma monarquia constitucional com a rainha Isabel II sendo a chefe de Estado. As dependências da Coroa das Ilhas do Canal (ou Ilhas Anglo-Normandas) e a Ilha de Man, formalmente possessões da Coroa, não fazem parte do Reino Unido, mas formam uma confederação com ele.[11] O Reino Unido tem quatorze territórios ultramarinos,[12] todos remanescentes do Império Britânico, que no seu ápice, possuía quase um quarto da superfície terrestre mundial, fazendo desse o maior império da história. Como resultado do império, a influência britânica pode ser vista na língua, cultura e sistemas judiciários de muitas de suas ex-colônias como o Canadá, Austrália, Índia e os Estados Unidos. A rainha Elizabeth II permanece como a chefe da Comunidade das Nações (Commonwealth) e chefe de Estado de cada uma das monarquias na Commonwealth.
O Reino Unido é um país desenvolvido, com a sexta (PIB nominal) ou sétima (PPP) maior economia do mundo. Ele foi o primeiro país industrializado do mundo[13] e a principal potência mundial durante o século XIX e o começo do século XX,[14] mas o custo económico de duas guerras mundiais e o declínio de seu império na segunda metade do século XX reduziu o seu papel de líder nos assuntos globais. O Reino Unido, no entanto, permaneceu sendo uma potência importante com forte influência económica, cultural, militar e política e é uma potência nuclear, com o segundo ou terceiro (dependendo do método de cálculo) maior gasto em defesa do mundo. É um Estado membro da União Europeia, tem um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, e é membro do G8, OTAN, OMC e da Comunidade das Nações.

História

Em 1 de Maio de 1707 foi criado o Reino Unido da Grã-Bretanha,[15] normalmente referido depois por Reino da Grã-Bretanha, criado pela união política do Reino da Inglaterra (que incluía o uma vez independente Principado de Gales) e o Reino da Escócia. Isso foi o resultado do Tratado de União assinado em 22 de Julho de 1706,[16] e depois ratificado pelos parlamentares de Inglaterra e Escócia passando a um Ato de União em 1707. Quase um século depois, o Reino da Irlanda, que estava sob controle inglês entre 1541 e 1691, uniu-se ao Reino da Grã-Bretanha no Ato de União de 1800.[17] Embora Inglaterra e Escócia tivessem sido países separados antes de 1707, eles tinham uma união pessoal desde 1603, quando Jaime VI, Rei dos Escoceses, herdou o trono do Reino da Inglaterra, tornando-se Rei Jaime I da Inglaterra, e trocou Edimburgo por Londres.[18]
No seu primeiro século, o Reino Unido participou ativamente no desenvolvimento das idéias ocidentais sobre o sistema parlamentar assim como produziu significantes contribuições à literatura, às artes e à ciência.[19] A Revolução Industrial transformou o país e impulsionou o Império Britânico. Durante esse tempo, assim como outras grandes potências, o Reino Unido esteve envolvido com a exploração colonial, incluindo o comércio de escravos no Atlântico, embora o Ato contra o Comércio de Escravos de 1807 fez o Reino Unido ser o primeiro país a proibir o tráfico de escravos.
Depois da derrota de Napoleão nas Guerras Napoleônicas, o Reino Unido tornou-se a principal potência naval do século XIX. O Reino Unido permaneceu como um poder eminente até a metade do século XX, e seu império atingiu o seu limite máximo em 1921, ganhando da Liga das Nações o domínio sobre as ex-colônias alemãs e otomanas depois da Primeira Guerra Mundial.
Uma longa tensão na Irlanda levou à partição da ilha em 1920, prosseguindo à independência para um Estado Livre Irlandês em 1922. Seis dos nove condados da província de Ulster permaneceram no Re
ino Unido, que então mudou formalmente o seu nome, em 1927, para o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.[20]Depois da Primeira Guerra Mundial, foi criada a primeira grande rede mundial de televisão e rádio, a BBC. A Grã-Bretanha foi uma das maiores potências das Forças Aliadas na Segunda Guerra Mundial, e o líder durante a guerra Winston Churchill e seu sucessor Clement Attlee ajudaram a planejar o mundo pós-guerra como parte dos "Três Grandes". A Segunda Guerra Mundial deixou o Reino Unido financeiramente abalado. O crédito disponibilizado por Estados Unidos e Canadá durante e depois da guerra era economicamente oneroso ao país, mas depois ao longo do Plano Marshall, o Reino Unido começou a se recuperar.
Mapa dos territórios que em algum momento fizeram parte do Império Britânico. Os territórios britânicos ultramarinos (excluindo o Território Antárctico Britânico) estão sublinhados a vermelho. Em 1920 ele tornou-se o maior império da história.
Os primeiros anos do pós-guerra observaram o estabelecimento do Estado do bem-estar social britânico, incluindo um dos primeiros e mais completos serviços públicos de saúde do mundo, enquanto a demanda de uma economia em recuperação trouxe imigrantes de todo a Commonwealth para criar uma Grã-Bretanha multiétnica. Embora os novos limites do papel político da Grã-Bretanha foram confirmados na Crise do Suez de 1956, a disseminação internacional da língua inglesa confirmou o impacto de sua literatura e cultura pelo mundo, ao mesmo tempo, a partir da década de 1960 a cultura popular britânica também obteve influência no exterior. Após um período de recessão económica global e competição industrial na década de 1970, a década seguinte foi palco de lucros substanciais provindos do petróleo do Mar do Norte e forte crescimento económico. A passagem de Margaret Thatcher como primeira-ministra marcou uma mudança significativa na direcção político-económica tomada no pós-guerra; um caminho que foi seguido pelo governo dos Trabalhistas de Tony Blair em 1997.
O Reino Unido foi um dos doze membros fundadores da União Européia no seu lançamento em 1992 com a assinatura do Tratado de Maastricht. Antes disso, tinha sido membro da precursora da UE, a Comunidade Econômica Européia (CEE), a partir de 1973. A atitude do presente governo trabalhista no sentido de uma maior integração com essa organização é confusa,[21] com a oposição oficial, o Partido Conservador, favorecendo o retorno de alguns poderes e competências para o Estado.[22]
O final do século XX viu uma mudança importante para o governo do Reino Unido com a criação de um Parlamento Escocês devolvido e da Assembléia Galesa seguindo da aprovação popular num referendo pré-legislativo. Isso produziu uma perspectiva de um caminho legal para a independência da Escócia, quando o Partido Nacional Escocês venceu as eleições de 2007 e formou um governo minoritário na Escócia, com um mandato para realizar um referendo em 2011 para saber se ele deve negociar a independência escocesa.

 

Geografia

Carta topográfica do Reino Unido.
A área total do Reino Unido é de aproximadamente 245 000 quilômetros quadrados compreendendo a ilha da Grã-Bretanha, o nordeste da ilha da Irlanda (Irlanda do norte) e outras pequenas ilhas. É banhado pelo Oceano Atlântico Norte e o mar do Norte, e está a 35 quilômetros da costa noroeste da França, separados pelo Canal da Mancha. A Grã-Bretanha se situa entre as latitudes 49° e 59°N (as Ilhas Shetland estão próximas do 61°N), e as longitudes 8°W e 2°E. O observatório real de Greenwich, próximo a Londres, é definido como o ponto do Meridiano Principal. Quando medido diretamente de norte a sul, a Grã-Bretanha tem pouco mais de 1.100 quilômetros em comprimento e um pouco menos de 500 quilômetros de leste a oeste, mas a maior distância entre dois pontos da ilha é 1.350 quilômetros entre o Land’s End em Cornwall (próximo a Penzance) e John O’Groats em Caithness (próximo à Thurso). A Irlanda do Norte compartilha 360 quilômetros de fronteira com a Irlanda.
O Reino Unido tem clima temperado, com grandes períodos de chuva pelo ano todo. A temperatura varia ao longo das estações, mas raramente fica abaixo de 10 °C ou acima de 35 °C. O vento sopra principalmente do sudoeste, com freqüentes brisas descontínuas que trazem o clima úmido do Oceano Atlântico. O leste é mais afetado por esse vento e é freqüentemente o mais seco. Correntes atlânticas, esquentadas pela Corrente do Golfo, provocam invernos amenos, especialmente no oeste, onde os invernos são úmidos, especialmente nas terras mais altas. Os verões são quentes no sudeste da Inglaterra, sendo próximos aos presentes na Europa Continental, e mais frios no norte. A ocorrência de neve pode acontecer no inverno e no começo da primavera, mas é raramente vista com grande magnitude longe das terras altas.
A Inglaterra corresponde a praticamente a metade da área total do Reino Unido, cobrindo 130.410 quilômetros quadrados. A maioria do país é consistida de planícies, e terras montanhosas no noroeste da linha Tees-Exe. Cadeias de montanhas são encontradas no noroeste (Montanhas Cumbrianas do Lake District), no norte (o pântano dos Peninos e as colinas de calcário do Peak District) e no sudoeste(Exmoor e Dartmoor). Lugares mais baixos incluem as colinas de calcário da Ilha de Purbeck, Costwolds e Lincolshire Worlds, e crés da Formação de crés do sul da Inglaterra. Os principais rios e estuários são o Tamisa, o Severn e o Estuário de Humber. A maior montanha da Inglaterra é o Pico Scafell, localizado no Lake District com 978 metros. A Inglaterra tem um grande número de cidades grandes, e sob os termos de Grandes Conurbações Urbanas, tem 6 das 50 maiores conurbações da União Européia.
Ben Nevis, nas Montanhas Grampian, é o ponto mais alto das Ilhas Britânicas.
A Escócia conta por um terço de toda a área do Reino Unido, cobrindo 78.772 quilômetros quadrados.[23] A topografia da Escócia é distinguida pela Falha da Highland – uma falha geológica – que atravessa as planícies escocesas de Helensburgh à Stonehaven. A fratura separa duas regiões diferentes; as Highlands no norte e no oeste e as Lowlands no sul e no leste. A região das mais rochosas Highlands contém a maioria dos terrenos montanhosos da Escócia, incluindo o maior pico, Ben Nevis, com 1.344 metros. É nas terras baixas(lowlands), no sul da Escócia, onde se encontra a maioria da população, especialmente no cinturão estreito de terra entre o Firth de Clyde e o Firth de Forth conhecido como o Cinturão Central. Glasgow é a maior cidade da Escócia, embora Edimburgo seja a capital e o centro político do país. A Escócia também tem em torno de oitocentas ilhas, principalmente no oeste e no norte, notadamente as Hebrides, as Ilhas Orkney e as Ilhas Shetland.
O País de Gales corresponde a menos de um décimo da área total do Reino Unido, cobrindo apenas 20.758 quilômetros quadrados. O país é na sua maioria montanhoso embora o sul seja menos montanhoso que o norte. As principais áreas industriais e populacionais estão em Gales do Sul, como as cidades de Cardiff, Swansea e Newport e os arredores dos Vales de Gales do Sul. As montanhas mais altas do País de Gales estão em Snowdonia, e inclui Snowdon(‘Wydfa’ em galês), que, com 1.085 metros, é o pico mais alto do País de Gales. As 14 montanhas galesas com mais de 3000 pés (914 metros) de altura são conhecidas coletivamente como o 3000 Galês. Gales faz fronteira com a Inglaterra no leste, e no mar nas outras três direções: o canal de Bristol no sul, o Canal de São Jorge no oeste, e o Mar da Irlanda no norte. Gales tem mais de 1.200 km de costa marítima. E, além disso, tem diversas ilhas, sendo a maior delas Anglesey (‘Ynys Môn’) no noroeste.
A Irlanda do Norte conta por somente 14.160 quilômetros quadrados e é na maioria montanhosa. Ela inclui o Lough Neagh, com 388 quilômetros quadrados, o maior lago do Reino Unido e da Irlanda.[24] O ponto mais alto é o Slieve Donard com 849 metros na província de Mourne Mountains.

Demografia

No censo de Abril de 2001, a população total do Reino Unido era 58.789.194, a terceira maior da União Européia (atrás de Alemanha e França), a quinta maior no Commonwealth e a 21ª maior no mundo. Na metade de 2006, estimou-se que a população aumentou para 60.587.300.[25] Muito desse aumento se deve principalmente à imigração mas também ao aumento da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida.[26]
A população da Inglaterra na metade de 2006 era estimada em 50.762.900, fazendo com que ela seja um dos países mais povoados no mundo com 383 residentes por quilômetro quadrado.[27] Cerca de um quarto da população do Reino Unido vive no sudeste da Inglaterra e é predominantemente urbana e suburbana,[28] com uma população estimada de 7.517.700 vivendo na capital Londres.[29]
As estimativas de 2006 colocavam a população da Escócia em 5.116.900, País de Gales em 2.965.900 e Irlanda do Norte em 1.741.600[30] com uma densidade populacional muito mais baixa que a da Inglaterra. Comparada a taxa de 383 habitantes por quilômetro quadrado da Inglaterra, a ordem fica em 142/km² para o País de Gales, 125/km² para a Irlanda do Norte e apenas 65 km² para a Escócia.
Em 2006, a média da taxa de fertilidade em todo o RU era de 1,84 criança por mulher,[31] abaixo da taxa de reposição de 2,1 mas maior do que o recorde negativo de 2001 de apenas 1,63. Dentre o RU, Inglaterra e País de Gales, com 1,86, eram os mais próximos da média total britânica, mas a Escócia era a mais baixa com apenas 1,67. A taxa de fertilidade britânica foi considerada alta durante o ‘baby boom’ da década de 60, chegando a 2,95 crianças por mulher em 1964.[32]

Cidades mais populosas do Reino Unido

Posição Cidade Localização População Posição Cidade Localização População 050114 2495 london city.jpg
Londres
Birmingham Skyline from Bartley Green.jpg
Birmingham
1 Londres Londres 7 172 091 11 Coventry West Midlands 303 475
2 Birmingham West Midlands 970 892 12 Kingston upon Hull Yorkshire and the Humber 301 416
3 Glasgow Scotland 629 501 13 Bradford Yorkshire and the Humber 293 717
4 Liverpool North West England 469 017 14 Cardiff Wales 292 150
5 Leeds Yorkshire and the Humber 443 247 15 Belfast Northern Ireland 276 459
6 Sheffield Yorkshire and the Humber 439 866 16 Stoke-on-Trent West Midlands 259 252
7 Edimburgo Scotland 430 082 17 Wolverhampton West Midlands 251 462
8 Bristol South West England 420 556 18 Nottingham East Midlands 249 584
9 Manchester North West England 394 269 19 Plymouth South West England 243 795
10 Leicester East Midlands 330 574 20 Southampton South East England 234 224
Censo 2001.

Grupos étnicos

Hoje a população do Reino Unido é descendente de varias etnias, dentre as quais: pré-Céltica, Céltica, Romana, Anglo-Saxã e Normanda. Desde 1945, laços criados durante a época do Império Britânico tem contribuído com uma imigração substancial, especialmente da África, Caribes e Sudeste Asiático.
Desde que cidadãos da UE são livres para viver e trabalhar em outros estados membros da UE, o acesso de novos estados da Europa Central e do Leste como membros da UE em 2004, resultou no aumento da imigração por parte desses países. Mas a partir de 2008, a tendência está se revertendo e muitos poloneses estão retornando a Polônia.[33] Em 2001, 92,1% da população identificava-se como sendo Branca, e 7,9%[34] da população do Reino Unido identificava-se como de raça mista ou de alguma minoria étnica.
A diversidade étnica varia significantemente ao longo do Reino Unido. 30,4% da população de Londres[35] e 37,4% da de Leicester[36] era estimada de ser não-branca em Junho de 2005, enquanto menos de 5% das populações do Nordeste, do Sudoeste da Inglaterra e do País de Gales eram de minorias étnicas segundo o censo de 2001.[37]
Em 2007, 22% das crianças de escolas primárias e 17,7% das crianças de escolas secundárias da Inglaterra eram de famílias das minorias étnicas.[38] A população de imigrantes da Grã-Bretanha irá quase dobrar nas próximas duas décadas para 9,1 milhões, segundo um relatório de 31 de Janeiro de 2008.[39]

Etnia População  % do total*
Caucasiano 54 153 898 92,1%
Multirracial 677 117 1,2%
Indianos 1 053 411 1,8%
Paquistaneses 747 285 1,3%
Bengalis 283 063 0.5%
Outros povos asiáticos (exceto chineses) 247 644 0,4%
Negros caribenhos 565 876 1,0%
Negros africanos 485 277 0,8%
Negros (outros) 97 585 0,2%
Chineses 247 403 0,4%
Outros 230 615 0,4%
*Porcentagem do total da população britânica.

Migração

Pessoas que moram no Reino Unido por local de nascimento.
Em contraste com alguns outros países Europeus, a alta imigração de nascidos no exterior está contribuindo para o aumento da população,[40] contando por quase metade do crescimento da população entre 1991 e 2001. As últimas estimativas oficiais (2006) mostram que a imigração líquida do Reino Unido era de 191.000 (591.000 imigrantes e 400.000 emigrantes) contra 185.000 em 2005 (ou seja, houve uma perda de 126.000 britânicos e o ganho de 316.000 cidadãos estrangeiros).[41][42][43] Um em seis eram de países do Leste Europeu, com grandes números provenientes dos países do Novo Commonwealth.[44] Imigração proveniente do subcontinente indiano, principalmente devido à reunião familiar, contava por 2/3 da imigração liquida.[45] Em contraste, ao menos 5,5 milhões de pessoas nascidas britânicas estavam vivendo fora do Reino Unido.[46][47][48] Os destinos mais populares para a emigração eram a Austrália, Espanha, França, Nova Zelândia e os Estados Unidos.[49][50][51]
Um estudo por um analista da cidade, entretanto, contesta os números da imigração e diz que a imigração líquida em 2005 foi de cerca 400.000.[52] No entanto, a proporção de pessoas nascidas no exterior na população britânica permanece levemente menor que de outros países Europeus.[53]
Cidadãos britânicos que vivem no exterior:
██ > 1.000.000
██ < 1.000.000
██ <500.000
██ <100.000
██ <50.000
██ <10.000
██ <5.000
██ <1.000
██ <100 ou não identificado
██ UK
Em 2004, o número de pessoas que se tornaram cidadãos britânicos bateu o recorde de 140.795 – um crescimento de 12% do ano precedente. Esse número tem crescido consideravelmente desde 2000. A maioria absoluta dos novos cidadãos vem da África (32%) e da Ásia (40%), os maiores três grupos são de pessoas provindas do Paquistão, Índia e Somália.[54] Em 2006, tiveram 149.035 pedidos de cidadania britânica, 32% menos que em 2005. O número de pessoas que obteve a cidadania durante 2006 era de 154.095, 5% menos que em 2005. O maior grupo de pessoas que conseguiram cidadania britânica era da Índia, Paquistão, Somália e Filipinas.[55] 21,9% dos bebês nascidos na Inglaterra e no País de Gales em 2006 tinham mães que nasceram fora do Reino Unido, de acordo com as estatísticas oficiais divulgadas em 2007 que também mostram as maiores taxas de fertilidade em 26 anos.[56] Assim como no resto da União Européia, a taxa de natalidade permanece abaixo da taxa de reposição da população.[57][58]
Quando a União Européia aumentou para o leste em 2004 e de novo em 2007, deu o direito para cidadão de países como Polônia, Eslováquia, Lituânia, e mais recentemente Romênia e Bulgária para viver no Reino Unido.[59] Relatórios publicados em Agosto de 2007 indicam que 682.940 pessoas deram entrada no Sistema de registro de trabalhadores (para cidadãos dos países da Europa Central e do Leste que entraram na UE em Maio de 2004) entre 1° de Maio de 2004 e 30 de Junho de 2007, dos quais 656.395 foram aceitos.[60] Trabalhadores autônomos e pessoas que não estão trabalhando (incluindo estudantes) não necessitam se registrar no Sistema, portanto esse relatório representa o limite mínimo do fluxo de imigração. Esses dados não mostram o número de imigrantes que voltou para casa, mas 56% dos requerentes nos 12 meses, terminados em 30 de Junho de 2007, disseram que planejavam ficar por um máximo de 3 meses, com a imigração liquida em 2005 dos novos estados da UE ficando em 64.000.[61] Pesquisas sugerem que um total de em torno de 1 milhão de pessoas mudaram-se dos novos estados-membros para o RU até Abril de 2008, mas a metade voltou para casa ou mudou-se para um terceiro pais.[62][63] Um em cada quatro poloneses do RU está planejando permanecer durante toda a vida, revelou um estudo.[64]
Dados da Seguridade Social Britânica sugerem que 2,5 milhões de trabalhadores estrangeiros se mudaram para o RU para trabalhar (incluindo aqueles que se mudaram para períodos curtos), a maioria provinda de países da UE, entre 2002 e 2007.[65] O governo do Reino Unido está constantemente introduzindo um novo sistema de imigração para substituir os já existentes para imigração de fora da Área Econômica Européia.

[editar] Línguas

Países onde o inglês tem status de língua oficial de facto ou de jure.
Embora o Reino Unido não tenha uma língua de jure, a língua mais falada é o inglês, uma língua germânica ocidental descendente do Inglês Antigo compartilhando um grande número de palavras do Norueguês Antigo, Francês Normando e o Latim. A língua inglesa foi espalhada pelo mundo (principalmente devido ao Império Britânico) e tornou-se a língua dos negócios no mundo. Em todo o mundo, é falada como segunda língua mais do que qualquer outra.[66]
As outras línguas indígenas do Reino Unido são o Scots (que é próxima ao inglês) e quatro línguas celtas. As últimas se dividem em dois grupos: duas línguas P-celtas (Galês e o Córnico); e duas Q-celtas (Irlandês e o Gaélico Escocês). Influências dos dialetos celtas Cúmbrico persistiram no Norte da Inglaterra por séculos, mais celebremente em um conjunto de números usados para contar ovelhas (ver Yan Tan Tethera). No censo de 2001 mais de um quinto (21%) da população do País de Gales disse saber falar o Galês,[67] um aumento do censo de 1991 (18%).[68] Ainda, estima-se que cerca de 200 000 pessoas que falam o galês moram na Inglaterra.[69] O Galês e o Gaélico Escocês também são falados em pequenos grupos em outras partes do mundo, onde o Gaélico ainda é falado na Nova Scotia, Canadá, e o Galês na Patagônia, Argentina.
Línguas de imigrantes constituem cerca de 10% da população do Reino Unido, o Francês é falado por 2,3% da população, 1,0% falam o polonês refletindo a recente migração em massa para o Reino Unido. 0,9% falam o alemão e 0,8% o Espanhol. A maioria das outras línguas estrangeiras faladas no Reino Unido são originarias da Europa, Ásia e África. A maior parte dos imigrantes que vão para o Reino Unido provém de países anglófonos (tais como Nigéria, Jamaica, Hong Kong e Filipinas), motivo pelo qual não tem grande diversidade entre algumas comunidades de minorias étnicas do país.
Ao longo do Reino Unido, é geralmente obrigatório para as crianças estudarem uma segunda língua até 14 anos na Inglaterra e 16 anos na Escócia. O Francês e o Alemão são as duas segundas línguas mais faladas na Inglaterra e na Escócia, enquanto o Galês é a segunda língua principal no País de Gales. De acordo com uma pesquisa em 2003, 89% do povo britânico domina o básico do Francês, e 23% tem conhecimento básico do alemão. Outras línguas que vêm se tornando também populares incluem o Espanhol, 7%, e o Russo, 0,5%.

[editar] Religião

A Abadia de Westminster é usada para a coroação dos monarcas britânicos, onde eles também são feitos chefes da Igreja da Inglaterra.
O Tratado de União, que levou à formação do Reino Unido assegurou que haveria uma sucessão protestante, bem como uma ligação entre a Igreja e o Estado, que ainda permanece. O cristianismo é a maior religião, seguido pelo islamismo, hinduísmo, sikhismo e judaísmo em termos de número de adeptos. No censo de 2001, 71,6% dos entrevistados disseram que o cristianismo era a sua religião,[70] no entanto, um estudo da Tearfund mostrou que apenas um em cada dez britânicos realmente frequentam a igreja semanalmente.[71] 9,1 milhões (15% da população do Reino Unido) afirmaram não ter religião, com mais 4,3 milhões (7% da população do Reino Unido) não indicando uma preferência religiosa.[72] Entre 2004 e 2008, o Office for National Statistics informou que o número de cristãos na Grã-Bretanha (em vez do Reino Unido como um todo) caiu em mais de 2 milhões de pessoas.[73]
O maior grupo religioso na Inglaterra é o cristianismo, com a Igreja da Inglaterra (anglicana) sendo a igreja estatal:[74] a igreja mantém uma representação no Parlamento do Reino Unido e o monarca britânico é um membro da igreja (nos termos do artigo 2º da Tratado de União), bem como o Governador Supremo.[75] A Igreja de Inglaterra também se reserva ao direito de elaborar medidas legislativas (relacionadas à administração religiosa) através do "Sínodo Geral", que pode então ser transformado em lei pelo Parlamento.[76] A Igreja Católica Romana na Inglaterra e no País de Gales é a segunda maior igreja cristã, com cerca de cinco milhões de membros, principalmente na Inglaterra.[77] Há também um número crescente de ortodoxos, evangélicos e pentecostais, sendo que as igrejas pentecostais na Inglaterra passaram ao terceiro lugar, atrás da Igreja da Inglaterra e da Igreja Católica Romana, em termos de frequência à igreja.[78]
O maior grupo religioso na Escócia é também o cristianismo, embora a presbiteriana Igreja da Escócia (conhecida informalmente como The Kirk), é reconhecida como a igreja nacional.[79] Ela não está sujeito ao controle do Estado e o monarca britânico é um membro ordinário, obrigado a fazer um juramento de "manter e preservar a religião protestante e a Igreja Presbiteriana do Governo" no momento de sua adesão ao poder.[80] A Igreja Católica na Escócia, é a segunda maior igreja cristã da Escócia, o que representa um sexto da população.[81] Há também a Igreja Episcopal Escocesa, que faz parte da Comunhão Anglicana.[82]
A Igreja no País de Gales é secular, mas permanece na Comunhão Anglicana. A União Batista de Gales, a Metodista e a Igreja Presbiteriana do País de Gales estão presentes em Gales também. Os principais grupos religiosos na Irlanda do Norte são organizados na mesma base do restante da Irlanda.[83] Embora os protestantes e anglicanos sejam a maioria em geral,[84] a Igreja Católica da Irlanda é a maior igreja única. A Igreja Presbiteriana na Irlanda é a segunda igreja maior seguida pela Igreja da Irlanda (anglicana), que foi extinta no século XIX.
No censo de 2001, havia 1 536 015 muçulmanos na Inglaterra e no País de Gales,[85] respondendo por 3% da população. Os muçulmanos na Escócia são 42.557 pessoas, representando 0,84% da população.[86] Segundo uma estimativa do Inquérito ao Emprego, o número total de muçulmanos na Grã-Bretanha em 2008 era 2.422.000, cerca de 4% da população total.[73] Havia mais 1 943 muçulmanos na Irlanda do Norte em 2001.[87]
Mais de 1 milhão de pessoas seguem religiões de origem indiana: 560.000 são hindus, 340 mil são sikhs e cerca de 150.000 praticam o budismo.[88] Leicester tem um dos poucos templos Jaina do mundo que estão fora da Índia.[89] O número de judeus britânicos é 300 mil pessoas. O Reino Unido tem a quinta maior comunidade judaica em todo o mundo.[90]

[editar] Governo e política

O Reino Unido é uma monarquia constitucional com Rainha Elizabeth II como chefe de Estado; o monarca do Reino Unido também atua como chefe de Estado de outros quinze países da Commonwealth, colocando o Reino Unido em uma união pessoal com aqueles outros países. A Coroa tem soberania sobre a Ilha de Man e os Bailiados de Jersey e Guernsey. Em conjunto, estes três territórios são conhecidos como as dependências da Coroa, terras pertencentes ao monarca britânico, mas que não fazem parte do Reino Unido. Elas também não fazem parte da União Européia. No entanto, o Parlamento do Reino Unido tem autoridade para legislar sobre as dependências, e o governo britânico cuida das relações exteriores e da defesa das dependências.
O Reino Unido tem um governo parlamentar baseado em fortes tradições: o Sistema de Westminster, foi copiado em todo o mundo - um legado do Império Britânico. A Constituição do Reino Unido governa o quadro jurídico do país, e é composto principalmente de fontes escritas, incluindo estatutos, jurisprudência, e tratados internacionais. Como não existe diferença técnica entre estatutos comuns e leis, considerados "Direito Constitucional", o Parlamento britânico pode executar "reformas constitucionais" simplesmente pela aprovação de Atos parlamentares e, portanto, tem o poder para alterar ou abolir quase qualquer elemento escrito ou não-escrito da Constituição. No entanto, o Parlamento não pode aprovar leis que os futuros parlamentares não possam mudar.[91] O Reino Unido é um dos três países no mundo de hoje que não tem uma Constituição codificada (sendo os outros dois a Nova Zelândia e Israel ).[92]
A posição de Primeiro-ministro, chefe de governo do Reino Unido, pertence ao membro do Parlamento que consegue a confiança da maioria na Câmara dos Comuns, normalmente o actual líder do partido político com maior representação nessa câmara. O Primeiro-Ministro e o Gabinete são formalmente nomeados pelo monarca para formar o Governo de Sua Majestade. Entretanto o Primeiro-ministro é quem escolhe o Gabinete, e por convenção, a Rainha respeita a escolha do Primeiro-Ministro. O Gabinete é tradicionalmente formado por membros do partido do Primeiro-Ministro nas duas casas legislativas, mas principalmente da Câmara dos Comuns. O poder executivo é exercido pelo Primeiro-Ministro e seu Gabinete, os quais são empossados no Mais Honorável Conselho Privado de Sua Majestade, e tornam-se Ministros da Coroa. Gordon Brown, líder do Partido Trabalhista, foi o Primeiro-Ministro, Primeiro Lorde do Tesouro e Ministro do Serviço Público a partir de 27 de Junho de 2007. No entanto, após as eleições de 2010, Brown renunciou no dia 11 de maio de 2010. A decisão foi tomada na medida em que convervadores e liberais-democratas se aproximam de um acordo para formar um novo governo. A saída de Brown encerra um ciclo de 13 anos de governos trabalhistas no Reino Unido, iniciado quando Tony Blair derrotou o conservador John Major em 1997. Na terça-feira, dia 11 de maio de 2010, a rainha Elizabeth II encarrega David Cameron como novo primeiro-ministro inglês para formação de um governo.[93]
O Parlamento do Reino Unido, que reúne-se no Palácio de Westminster é a autoridade legislativa máxima no Reino Unido. Ele é constituído por duas câmaras: uma Câmara dos Comuns, eletiva, e uma Câmara dos Lordes, nomeada, e qualquer projeto de lei aprovado exige o parecer favorável da Rainha para tornar-se lei. O parlamento devolvido na Escócia e as assembléias devolvidas na Irlanda do Norte, e País de Gales foram criadas após a aprovação pública, expressa através de referendos, mas estas não são entidades soberanas e podem ainda serem suprimidas pelo parlamento britânico.
Nas eleições para a Câmara dos Comuns, o Reino Unido está atualmente dividido em 646 círculos eleitorais, com 529 na Inglaterra, 18 na Irlanda do Norte, 59 na Escócia e 40 no País de Gales, embora este número aumente para 650 nas próximas eleições gerais. Cada círculo eleitoral elege um membro do Parlamento por pluralidade simples. As eleições gerais são convocadas pelo monarca quando o Primeiro-Ministro assim aconselhar-lhe. Embora não haja um tempo mínimo para um Parlamento, uma nova eleição deve ser convocada no prazo de cinco anos após a ùltima eleição geral. Para as eleições do Parlamento Europeu, o Reino Unido tem 78 deputados, eleitos através de 12 círculos eleitorais pelo método de múltiplos vencedores. As questões sobre soberania têm sido apresentadas devido à adesão do Reino Unido à União Européia.[94]
Os três maiores partidos políticos britânicos são: o Partido Trabalhista, o Partido Conservador, e os Liberais Democratas, conquistando entre eles 616 dos 646 lugares disponíveis na Câmara dos Comuns, nas Eleições Gerais de 2005. A maior parte dos lugares restantes foram ganhos por partidos que disputam as eleições em apenas uma parte do Reino Unido, tais como o Partido Nacional Escocês (apenas na Escócia), Plaid Cymru (apenas no País de Gales), e os Partido Unionista Democrático, Partido Trabalhista e Social Democrático, Partido Unionista do Ulster, e Sinn Féin (só na Irlanda do Norte, apesar de o Sinn Féin também disputar as eleições na Irlanda). De acordo com a política do partido, nenhum membro do Sinn Féin eleito para o Parlamento jamais foi à Câmara dos Comuns para discursar na Câmara em nome dos seus eleitores, porque os deputados do Parlamento são obrigados a fazer um juramento de fidelidade à rainha. No entanto, os atuais cinco deputados do Sinn Féin têm, desde 2002, usado os escritórios e outras instalações disponíveis em Westminster.[95]

[editar] Administrações nacionais descentralizadas

Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales têm, cada uma, sua assembléia legislativa descentralizada, unicameral e seu próprio governo ou poder Executivo,comandado por um Primeiro-Ministro. A Inglaterra, apesar de ser a maior nação do Reino Unido, não tem poder executivo nem legislativo próprio e é governada e legislada diretamente pelo Governo do Reino Unido e pelo Parlamento Britânico. Esta situação deu origem à chamada Questão West Lothian, que diz respeito ao fato de que deputados provindos da Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales ajudem a decidir as leis que se aplicam somente à Inglaterra.
O Parlamento escocês tem amplo poder legislativo sobre qualquer assunto que não tenha sido especificamente "reservado" ao parlamento do Reino Unido, incluindo educação, saúde, direito escocês e o governo local. Após sua vitória nas eleições de 2007, a Partido Nacional Escocês (SNP, da sigla em inglês de Scottish National Party) pró-independência formou um governo minoritário, com seu líder, Alex Salmond, tornando-se o Primeiro-Ministro da Escócia. Os partidos pró-união responderam ao sucesso eleitoral do SNP, criando uma comissão constitucional para examinar o caso de devolução de alguns poderes sem precisar de uma Independência da Escócia,[96] embora o então líder do Partido Trabalhista Escocês, Wendy Alexander, ter indicado que o partido iria apoiar que apelos pela independência fossem colocados um referendo popular, na esperança de que o voto de rejeição da independência iria resolver o debate constitucional por uma geração.[97] A maioria das pesquisas mostram que apenas uma minoria apóia a independência, embora a porcentagem de apoio varie em função da natureza da questão. Entretanto, através de uma pesquisa de abril de 2008 que usou o texto do referendo proposto, descobriu-se que 41% da população apóiam a independência enquanto 40% apóiam a permanência no Reino Unido.[98]
Os poderes atribuídos à Assembléia Nacional do País de Gales são mais limitados do que os atribuídos à Escócia,[99] embora depois da aprovação do Ato de Governo do País de Gales de 2006, a Assembléia agora pode mandar, em algumas áreas, através das Ordens de Competência Legislativa, que pode ser concedido dependendo do caso.[100] O atual Governo galês foi formado várias semanas após as eleições de 2007 para a Assembléia galesa, após um breve período de administração da minoria, quando o Plaid Cymru se uniu ao Partido Trabalhista em um governo de coalizão sob a liderança contínua do Primeiro Ministro Rhodri Morgan.
A Assembléia da Irlanda do Norte tem poderes mais próximos aos da Escócia. O Poder executivo da Irlanda do Norte está atualmente a cargo do Primeiro Ministro Peter Robinson (Partido Unionista Democrático) e do Vice Primeiro-Ministro Martin McGuinness (do Sinn Féin).[101]

[editar] Relações internacionais e forças Armadas

O Reino Unido é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, membro da Comunidade Britânica de Nações, do G8, G7, G20, OTAN, OCDE, OMC, Conselho da Europa, OSCE e é um Estado-membro da União Europeia. O RU coloca uma ênfase particular sobre a sua "relação especial" com os Estados Unidos.[102] Outros aliados britânicos incluem a União Europeia e os membros da OTAN, os países da Commonwealth e outros, como o Japão. A presença global da Grã-Bretanha e sua influência é ainda mais ampliada por meio de suas relações comerciais, a assistência oficial ao desenvolvimento, e suas forças armadas, que mantêm cerca de oitenta instalações militares e outras implantações em todo o mundo.[carece de fontes]
O Reino Unido possui uma das mais tecnologicamente avançadas e mais bem treinadas forças armadas no mundo.[carece de fontes] De acordo com várias fontes, incluindo o Ministério da Defesa, o Reino Unido tem a terceira ou quarta maior despesa militar do mundo, apesar de ter apenas a 25ª maior forças armadas por número de tropas. O total de gastos com a defesa é atualmente responsável por 2,5% do total do PIB do país.[103] O Exército Britânico, a Marinha Real Britânica e a Força Aérea Real Britânica formas as forças armadas britânicas. As três forças são geridas pelo Ministério da Defesa e controladas pelo Conselho de Defesa, presidido pelo Secretário de Estado da Defesa.
Tropas britânicas no Afeganistão como parte da FIAS.
O Reino Unido possui as maiores força aérea e marinha da União Europeia e as segundas maiores da OTAN. A Marinha Real é uma das três marinha de águas azuis do mundo, juntamente com a Marinha Francesa e a Marinha dos Estados Unidos.[104] O Ministério da Defesa assinou, em 3 julho de 2008, contratos no valor de £$ 3,2 bilhões para construir dois novos super-porta-aviões.[105] Em 2009, o exército britânico tinha uma força de 146.100 soldados, a Força Aérea Real tinha 45.210 homens e a Marinha 39.320 membros.[carece de fontes]
As forças armadas britânicas são responsáveis pela proteção do Reino Unido e dos seus territórios ultramarinos, promovendo os interesses globais, a segurança e o apoio aos esforços de paz internacionais do país. Elas são participantes ativas e regulares na OTAN, no Corpo Aliado de Reação Rápida, bem como nos Cinco Acordos de Força de Defesa, RIMPAC e outras operações de coalizão mundial. Guarnições do ultramar e instalações militares são mantidas na Ilha de Ascensão, Belize, Brunei, Canadá, Diego Garcia, Malvinas, Alemanha, Gibraltar, Quênia, Chipre e Qatar.[106]
Apesar das capacidades militares do Reino Unido, a recente política de defesa pragmática tem um pressuposto afirmando que "as operações mais exigentes" seriam realizadas como parte de uma coalizão.[107] Deixando de lado as intervenções em Serra Leoa, Bósnia, Kosovo, Afeganistão e Iraque. A última guerra na qual os militares britânicos lutaram sozinhos foi a Guerra das Malvinas contra a Argentina em 1982, em que foram vitoriosos.

[editar] Legislação e justiça penal

O Reino Unido não tem um sistema jurídico único devido ao ato de união dos países anteriormente independentes, cujo artigo 19 do Tratado da União Britânica garante a continuação da existência do distinto sistema jurídico da Escócia. Hoje o Reino Unido tem três sistemas jurídicos: a Lei Inglesa, a Lei da Irlanda do Norte e o Direito escocês. As recentes alterações constitucionais darão lugar a uma nova Suprema Corte no Reino Unido que será criada em outubro de 2009 que irá ter o papel do atual Comitê de Apelação da Câmara dos Lordes.[108] O Comitê Judicial do Conselho Privado, é composto pelos mesmos membros do Comitê de Apelação da Câmara dos Lordes, e ainda é o mais alto tribunal de recurso para vários países independentes do Commonwealth, dos territórios ultramarinos do Reino Unido, e das dependências da coroa britânica.
A Lei Inglesa, que se aplica na Inglaterra e no País de Gales, e a Lei da Irlanda do Norte são baseadas nos princípios do direito comum. A essência do direito comum é que a lei é feita por juízes, situados em cortes, utilizando o senso comum e seus conhecimentos do precedente legal (stare decisis) para os fatos anteriores a eles. Os Tribunais de Inglaterra e País de Gales são chefiados pelo Supremo Tribunal da Judicatura da Inglaterra e do País de Gales, que consiste no Tribunal de Apelação, a Suprema Corte da Justiça (para os processos civis) e os Corte Real (para os casos penais). O Comitê de Apelação da Câmara dos Lordes (normalmente apenas referidas como The House of Lords) é atualmente o maior órgão jurisdicional, tanto para casos criminais como os civis na Inglaterra, Gales, e Irlanda do Norte, e qualquer decisão dessa corte sobrepõe a de todos os outros tribunais da hierarquia.
A violência na Inglaterra e no País de Gales aumentou no período entre 1981 e 1995, mas depois do pico em 1995, houve uma diminuição de 48% na criminalidade comparada a 2007/08.[109] Apesar da queda na taxa de criminalidade, a população carcerária de Inglaterra e País de Gales quase duplicou no mesmo período, para mais de 80 000, dando a Inglaterra e País de Gales a maior taxa de encarceramento na Europa Ocidental de 147 para cada 100 000.[110] O serviço prisional britânico, parte do Ministério da Justiça, administra a maior parte das prisões na Inglaterra e País de Gales.
O Direito escocês é um sistema híbrido baseado nos princípios do Direito Civil e do Direito Comum. Os tribunais máximos são o Tribunal de Sessão, para os processos cíveis, e o Tribunal Superior de Justiça, para os casos criminais. O Comitê de Apelação da Câmara dos Lordes também serve como o mais alto tribunal de recurso para os processos civis na Escócia, mas apenas no caso do Tribunal de Sessão conceder a autorização de recurso ou a sentença inicial for por decisão da maioria. Os Tribunais de Xerife lidam com a maior parte dos casos civis e criminais, incluindo as triagens penais, com um júri, conhecido como Corte solene, ou com um Xerife e sem júri, conhecido como Corte Sumária. Os Sheriff Courts proporcionam um tribunal local, com 49 tribunais organizada em toda os seis xerifados.
O sistema jurídico escocês é único por ter três possíveis veredictos em um julgamento criminal: "culpado", "não culpado" e não-comprovado. Tanto "não culpado" e "não comprovado" resultam em absolvição, sem possibilidade de recurso. O Serviço Prisional Escocês (SPS, da sigla em inglês para Scottish Prisional Service) mantém as prisões na Escócia, que contêm cerca de 7500 presos.[111] O Gabinete Secretário de Justiça é responsável pelo Serviço Prisional Escocês no Governo escocês.

[editar] Subdivisões

A história da administração local no Reino Unido é marcada por pouca mudança no regime que precedeu a União até o século XIX e a partir daí houve uma constante evolução do papel e da função dos governos locais.[112] Mudança não ocorrem nos diferentes países do Reino Unido de modo uniforme e com a delegação de poder para os governos locais da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte significa que é pouco provável que as próximas alterações sejam também uniformes.
A organização do governo local na Inglaterra é complexo, com a distribuição das funções variando de acordo com as tradições locais. A legislação relativa à administração local, na Inglaterra, é decidida pelo parlamento do Reino Unido e o Governo do Reino Unido, porque a Inglaterra não tem o seu próprio parlamento. O referendo que ocorreu na Grande Londres em 1998 revelou que a maioria da população era a favor sobre ter uma assembléia e um prefeito eleitos diretamente, e esperava-se que outras regiões também tivessem suas próprias assembléias regionais também eleitas diretamente. Entretanto, a rejeição através de um referendo em 2004 sobre a proposta de uma assembléia no Nordeste da Inglaterra e desde então essa idéia não foi para frente.[113] Abaixo do nível regional, Londres é constituída por 32 boroughs e o resto da Inglaterra tem conselhos municipais e conselhos distritais.
O Governo local na Irlanda do Norte está organizado em 26 distritos. Os conselhos distritais não exercem a mesma gama de funções como no resto do Reino Unido com poderes limitados a serviços como coleta do lixo, controle de cães, e manter parques e cemitérios.[114] Entretanto, em 13 de Março de 2008, o Poder Executivo chegou a um acordo sobre as propostas para criar 11 novos conselhos para substituir o sistema atual[115] e as próximas eleições locais vão ser adiadas até 2011 para facilitar esse processo.[116]
O Governo Municipal na Escócia divide-se em 32 áreas municipais, com grande variação em dimensão e população. As cidades de Glasgow, Edimburgo, Aberdeen e Dundee são distintas áreas municipais assim como também Highland Council, que inclui um terço da área da Escócia, mas um pouco mais de 200.000 pessoas. O poder outorgado às autoridades locais é administrado por conselheiros eleitos, atualmente 1222[117] que recebem um salário de meio-período. Eleições são realizadas através de voto único e transferível em zonas que elegem de três a quatro vereadores. Cada município elege um Provost ou Convenor (expressão escocesa para "Presidente do conselho") para presidir as reuniões do conselho e de agir como um líder para a área.
O Governo local no País de Gales consiste de 22 autoridades locais, incluindo as cidades de Cardiff, Swansea e Newport, que são autoridades unitárias separadas, por direito próprio.[118]

[editar] Dependências

O Reino Unido tem soberania sobre dezessete territórios que não fazem parte do próprio Reino Unido, 14 territórios britânicos ultramarinos[119] e três dependências da Coroa.
Os quatorze territórios britânicos ultramarinos são Anguilla; Bermudas; o Território Antártico Britânico; o Território Britânico do Oceano Índico; as Ilhas Virgens Britânicas; Ilhas Cayman; Ilhas Falkland; Gibraltar; Montserrat; Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha; Turks e Caicos; Ilhas Pitcairn, Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul; e as Zonas de soberania sobre Chipre.[120] A reivindicações britânicas na Antártida não são universalmente reconhecidas.[121] Juntos, os territórios ultramarinos do Reino Unido abrangem uma superfície aproximada de 1.728.000 km² e uma população de aproximadamente 260.000 pessoas.[122] Eles são remanescentes do Império Britânico; vários fizeram votações para permanecer como territórios britânicos.
As dependências da Coroa do Reino Unido são possessões da Coroa, em oposição aos territórios ultramarinos do Reino Unido [74]. Compreendem as Ilhas do Canal (com os dois Bailiados de Jersey e de Guernsey) e a Ilha de Man. Suas jurisdições são administradas de maneira independente e seus territórios não fazem parte do Reino Unido ou da União Europeia, embora o governo do Reino Unido gerencie suas relações estrangeiras e sua defesa e o Parlamento do Reino Unido tenha a autoridade para legislar em seu nome. No entanto, o poder de aprovar leis que afetam as ilhas, em última análise, recai sobre as suas próprias respectivas assembléias legislativas, com o consentimento da Coroa.[123]

[editar] Economia

Londres é o maior centro financeiro da Europa e um dos três maiores do planeta, ao lado de Nova York.[124][125][126]
A economia do Reino Unido é composta (em ordem descendente de participação) pelas economias da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Os britânicos começaram a Revolução Industrial, e, como a maioria dos países industrializados da época, inicialmente se concentraram em indústrias pesadas, como a Indústria Naval, Mineração de Carvão, Produção de Aço, e têxteis. O império criou um mercado ao longo das colônias ultramarinas para os produtos britânicos, permitindo ao Reino Unido o domínio do comércio internacional no século XIX. Entretanto, como outras nações industrializadas, abalado pelo declínio econômico depois de duas guerras mundiais, o Reino Unido começou a perder sua vantagem competitiva e a indústria pesada de base entrou em declínio durante o século XX. O setor de serviços, entretanto, cresceu fortemente e agora representa 73% do PIB.[127]
O setor de serviços do Reino Unido é dominado por serviços financeiros, especialmente bancos e seguros. Londres é o maior centro financeiro do mundo com a Bolsa de Valores de Londres, a Bolsa Internacional de Opções e do Mercado Futuro Contrato de futuros (LIFFE), e o Mercado de Seguros Lloyd's of London sendo todos baseados na Cidade de Londres. Tem a maior concentração de filiais bancárias no mundo. Na década de 1990, um centro financeiro rival cresceu em Docklands, com o HSBC e o Banco Barclays realocando seus escritórios principais para lá. Muitas companhias multinacionais que não eram a princípio baseadas no Reino Unido escolheram situar seu escritório europeu ou seu escritório internacional em Londres: um exemplo é a firma de serviços financeiros Citigroup. A capital escocesa, Edimburgo, tem um dos maiores centros financeiros da Europa.[128]
Londres é o maior centro de negócios internacionais e comércio e é o líder dos três "centros de comando" da economia global (junto com Nova Iorque e Tóquio).[129] Nos últimos anos, a economia britânica está sendo comandada de acordo com os princípios do liberalismo econômico e baixa taxação e regulamentação. Baseado nas taxas de câmbio do mercado, o Reino Unido é sexta maior economia do mundo por PIB nominal economia do mundo,[130] e a terceira maior da Europa, depois da Alemanha e da França.
O turismo é muito importante para a economia britânica. Com mais de 27 milhões de turistas chegando em 2004, o Reino Unido é classificado como a sexta maior destinação turística no mundo.[131]
O Banco da Inglaterra, o banco central do Reino Unido.
O setor de manufatura britânico, entretanto, diminuiu enormemente, em relação a toda economia, desde a Segunda Guerra Mundial. Ainda representa uma parte significante da economia como um todo, mas agora conta por apenas um sexto da produção nacional em 2003.[132] A Indústria britânica de motores é a parte mais importante desse setor, embora tenha diminuído com o colapso da MG Rover e a maioria da indústria agora é estrangeira. A aviação civil e militar é liderada pela maior empresa aeroespacial britânica, BAE Systems, e pela empresa européia EADS, dona da Airbus. Rolls-Royce detém a maior parte do mercado de motores aeroespaciais. A indústria química e farmacêutica é forte no Reino Unido, com as segunda e sexta maiores empresas farmacêuticas (GlaxoSmithKline e AstraZeneca, respectivamente)[133] estando baseadas no Reino Unido.
As indústrias Criativas contam por 7,3% GVA em 2004 e cresceu a uma media de 5% por ano entre 1997 e 2004.[134] A agricultura do Reino Unido conta por apenas 0,9% do PIB.[135]
O envolvimento do Governo na economia é exercido pelo Ministro da Fazenda (em inglês: Chancellor of the Exchequer, atualmente Alistair Darling) que encabeça o tesouro, mas o Primeiro Ministro (atualmente Gordon Brown), é o Primeiro Homem do Tesouro; o Chancellor of the Exchequer é o Segundo Homem do Tesouro. Porém, desde 1997, o Banco da Inglaterra tem controle das taxas de juros e outras políticas monetárias.
Em 2007, a dívida pública britânica cresceu para 43,3% do PIB.[136]
A moeda do Reino Unido é a libra esterlina, representada pelo símbolo £. O Banco da Inglaterra é o banco central, responsável por fornecer a moeda. Bancos na Escócia e Irlanda do Norte permanecem com o direito de fornecer suas próprias notas, retendo as notas fornecidas pelo Banco da Inglaterra em reserva para cobrir a demanda. O Reino Unido escolheu não aderir à zona do euro, e o primeiro-ministro, Gordon Brown, afastou a possibilidade de uma adesão num futuro próximo, complementando que essa decisão de não aderir é a decisão certa para a Grã-Bretanha e para a Europa.[137] O governo do antigo ministro Tony Blair garantiu fazer um referendo para decidir a adesão se o Reino Unido passasse nos "cinco testes econômicos". Em 2005, mais da metade (55%) dos britânicos era contra adotar o euro, enquanto 30% eram a favor.[138]

[editar] Infraestrutura

[editar] Transportes

Os sistemas de transporte do Reino Unido são de responsabilidade de cada país. O sistema inglês de transporte é de responsabilidade do Departamento Britânico de Transporte (que também é responsável por algumas questões de transporte na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) com a Highways Agency sendo a agência executiva responsável pelas estradas e autoestradas na Inglaterra além da empresa privada M6 Toll.[139] O Departamento de Transporte constatou que o congestionamento é um dos mais sérios problemas e que isso custaria aos cofres ingleses £22 bilhões em desperdício de tempo até 2025 se o problema não fosse resolvido.[140] De acordo com o relatório Eddington de 2006, patrocinado pelo governo, o congestionamento põe em risco a economia, a menos que seja contida com a implementação de pedágios e a expansão da malha rodoviária.[141][142]
O sistema de transporte escocês é de responsabilidade do Departamento de Empresas, Transportes e Educação Continuada do Governo Escocês com a Transport Scotland sendo a agência executiva que é subordinada ao Gabinete de Finanças e Desenvolvimento Sustentável para as estradas e linhas férreas escocesas.[143] A rede férrea da Escocia tem aproximadamente 340 estações e 3.000 quilômetros de trilhos carregando mais de 62 milhões de passageiros todo ano.[144]
Aeroporto de Heathrow é o aeroporto mais movimentado do mundo em número de passageiros internacionais.[145]
Ao longo do Reino Unido, a malha viária é de 46.904 quilômetros de estradas principais com uma malha de autoestradas de 3.497 quilômetros. Tem ainda mais 213.750 quilômetros de estradas pavimentadas. A malha ferroviária é de 16.116 quilômetros na Grã-Bretanha e 303 km na Irlanda do Norte, carregando mais de 18.000 trens de passageiros e 1.000 trens de carga diariamente. Redes férreas urbanas são bem desenvolvidas em Londres e outras cidades. Já houve mais de 48.000 km na malha férrea britânica, mas a maioria dela foi reduzida entre 1955 e 1975, muito disso depois de um relatório governamental de Richard Beeching na metade da década de 1960 (conhecido como o Machado de Beeching). Os atuais planos são de se construir novas linhas de alta velocidade em 2025.[146]
O Aeroporto de Heathrow é o aeroporto mais movimentado do mundo em número de passageiros e, sendo um país insular, o Reino Unido tem um número considerável de portos marítimos.

Educação

Cada país do Reino Unido tem um sistema de educação separado, com o poder sobre as questões educacionais na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte tendo sido devolvidos.
A Educação na Escócia é de responsabilidade do Gabinete Secretário para Educação e Aprendizado, com a administração do dia-a-dia e o financiamento das escolas estaduais sendo de responsabilidade das autoridades locais. Qualificações na escola secundária e nível pós-secundário (educação suplementar) são supridos pela Autoridade Escocesa de Qualificação e representada através de diversas escolas, colégio e outros centros. A primeira legislação da Escócia para a educação foi em 1696. A proporção de crianças escocesas que freqüentam escolas privadas é de apenas 4%, embora esse índice esteja crescendo, lentamente, nos últimos anos.[147] Estudantes escoceses que vão para as universidades escocesas não pagam nem taxas escolares nem taxas de graduação desde que as taxas foram abolidas em 2001 e as taxas de graduação foram abolidas em 2008.[148]
A Educação na Inglaterra é de responsabilidade doa Secretaria Estadual para a Criança, Escolas e Famílias e a Secretaria Estadual para Inovação, Universidades e Habilidades, embora o dia-a-dia da administração e o financiamento das escolas estaduais sejam de responsabilidade das Autoridades Locais para a Educação. A educação estadual universal na Inglaterra e no País de Gales foi introduzida para o nível primário em 1870 e no nível secundário em 1900.[149] A Educação é obrigatória ados cinco aos dezesseis anos (15 se nascido no final de julho ou em agosto).
Queen's University Belfast, fundada em 1849 é uma das mais antigas instituições de ensino superior do Reino Unido.[150]
A maioria das crianças é educada nas escolas estaduais; apenas uma pequena proporção delas atinge o minimo de habilidade acadêmica requerida. Mesmo com a queda dos atuais números, a proporção de crianças na Inglaterra que freqüentam escolas privadas atinge mais que 7%.[151] Pouco mais da metade dos estudantes das universidades de Cambridge e Oxford vem de escolas estaduais.[152] Escolas estaduais que são permitidas a selecionar seus alunos de acordo com inteligência e nível acadêmico conseguem alcançar resultados comparáveis às melhores escolas privadas: no ranking das dez melhores escolas, segundo os resultados do GCSE de 2006, duas eram escolas estaduais. A Inglaterra tem algumas das melhores universidades do mundo como Cambridge, Oxford e Londres ranqueadas entre o Top 20 do THES - QS World University Rankings de 2007.[153] Existem alguns temores de que o declínio na Inglaterra de estudantes de língua estrangeira possa ter efeito negative nos negocios, e levou ao apelo para ser dado uma maior prioridade às línguas.[154][155]
A Assembléia da Irlanda do Norte é responsável pela educação no país, embora a responsabilidade a nível local seja administrada por 5 Conselhos de Educação atendendo à diferentes partes do país.
A Assembléia Nacional do País de Gales é responsável pela educação no País de Gales. Um grande número de estudantes galeses é educado senão inteiramente em grande parte em Galês a aulas na língua local são obrigatórias para todos até os 16 anos. Têm-se planos de aumentar o número de escolas que ensinam em galês num esforço de se ter um País de Gales totalmente bilíngüe.

 Saúde

Hospital Infantil Real de Aberdeen, um hospital infantil associado ao NHS.
O sistema de saúde no Reino Unido é descentralizado e cada país tem seu próprio sistema privado e com financiamento público, juntamente com tratamentos alternativos, holísticos e complementares. A saúde pública é fornecida a todos os residentes do Reino Unido e é permanente e gratuita se a necessidade médica for paga pelos impostos gerais. Tomados em conjunto, a Organização Mundial de Saúde, em 2000, classificou a prestação de cuidados de saúde no Reino Unido como a 15ª melhor da Europa e a 18ª melhor do mundo.[156][157]
Os organismos reguladores estão abrangem todo o território britânico, como o Conselho Médico Geral e o Conselho de Enfermagem e Obstetrícia, além das instituições não-governamentais, como a Royal Colleges. No entanto, a responsabilidade política e operacional da saúde encontra-se com quatro governos executivos nacionais; a saúde na Inglaterra é de responsabilidade do Governo de Sua Majestade; a saúde na Irlanda do Norte é de responsabilidade do poder executivo da Irlanda do Norte; a saúde na Escócia é de responsabilidade do governo escocês; e a saúde no País de Gales é de responsabilidade do governo galês. Cada Serviço Nacional de Saúde tem políticas e prioridades diferentes, resultando em contrastes.[158][159]
Desde 1979, a despesa com a saúde aumentou de forma significativa para aproximá-la da média da União Europeia.[160] O Reino Unido gasta cerca de 8,4% do seu produto interno bruto em saúde, que é de 0,5% abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e cerca de 1% abaixo da média da União Europeia.[161]

[editar] Energia

As reservas de petróleo e gás natural do Mar do Norte suprem a maior parte das necessidades energéticas do Reino Unido.
Em 2006, o Reino Unido foi o 9º maior consumidor e o 15º maior produtor de energia do mundo.[162] Em 2007, o Reino Unido teve uma produção total de energia de 9,5 quatrilhões de BTUs, sendo que seus componentes foram o petróleo (38%), gás natural (36%), carvão (13%), nuclear (11%) e outras energias renováveis (2%).[163] Em 2009, o Reino Unido produziu 1,5 milhões de barris de petróleo por dia (bbl/d) e consumiu 1,7 milhões de bbl/d.[164] A produção petrolífera está em declínio e o Reino Unido tem sido um importador líquido de petróleo desde 2005.[164] Em 2010, o Reino Unido tinha cerca de 3,1 bilhões de barris de reservas comprovadas de petróleo bruto, a maior reserva do que qualquer outro Estado-membro da União Europeia.[164]
Em 2009, o Reino Unido foi o 13º maior produtor de gás natural do mundo e o maior produtor da UE.[165] A produção está em declínio e o Reino Unido tem sido um importador líquido de gás natural desde 2004.[165] Em 2009, o Reino Unido produziu 19,7 milhões de toneladas de carvão e consumiu 60,2 milhões de toneladas.[163] Em 2005, tinha reservas comprovadas de 171 milhões de toneladas de carvão.[166] Estima-se que as áreas identificadas em terra têm o potencial de produzir entre 7.000 milhões de toneladas e 16 bilhões de toneladas de carvão por meio da gaseificação de carvão subterrâneo (UCG).[166] Com base no consumo atual de carvão do Reino Unido, estes volumes representam reservas que podem durar entre 200 e 400 anos.[167]
O Reino Unido é o lar de uma série de grandes companhias de energia, incluindo duas das seis grandes empresas petrolíferas internacionais - a BP e a Royal Dutch Shell - e BG Group.[168][169]

 Cultura

A literatura e as artes do Reino Unido marcam também a história.

[editar] Literatura

O Retrato de Chandos, que acredita-se ser William Shakespeare.
A 'literatura britânica' refere-se à literatura associada com o Reino Unido, a Ilha de Man e as Ilhas do Canal assim como à literatura da Inglaterra, País de Gales e Escócia antes da formação do Reino Unido. A maioria da literatura britânica é em língua inglesa.
O dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare é largamente visto como o maior dramaturgo de todos os tempos.[170][171][172] Dentre os escritores mais antigos estão Geoffrey de Monmouth (século XII), Geoffrey Chaucer (século XIV), e Thomas Malory (século XV). No século XVIII, Samuel Richardson é frequentemente creditado como ter inventado o romance moderno. No século XIX, prosseguiu-se inovações com Jane Austen, as irmãs Brontë, Charles Dickens, o naturalista Thomas Hardy, o poeta visionário William Blake e o poeta romanticista William Wordsworth. Escritores do século XX incluem o romancista de ficção científica H. G. Wells, o controverso D. H. Lawrence, a modernista Virginia Woolf, o romancista profético George Orwell e o poeta John Betjeman. Mais recentemente, a série de fantasia Harry Potter por J. K. Rowling adquiriu popularidade semelhante à de J. R. R. Tolkien. Outra grande escritora proveniente do Reino Unido é Agatha Christie, considerada uma das maiores escritoras de mistérios.
A contribuição da Escócia inclui o escritor-detetive Arthur Conan Doyle, literatura romântica pelo Sir Walter Scott e as aventuras épicas de Robert Louis Stevenson. Vale citar também o poeta Robert Burns, assim como William McGonagall, visto como um dos piores do mundo.[173] Mais recentemente, o modernista e nacionalista Hugh MacDiarmid e Neil M. Gunn contribuíram para a Renascença escocesa. Uma perspecitva mais sinistra é achada nas estórias de Ian Rankin e nas comédias-horror psicológicas de Iain Banks. A capital da Escócia, Edimburgo, é a primeira cidade mundial da literatura reconhecida pela UNESCO.[174]
No começo do período medieval, os escritores galeses compuseram o Mabinogion. Na era moderna, os poetas R. S. Thomas e Dylan Thomas tem trazido a cultura galesa para o público internacional.
Autores de outras nacionalidades, particularmente da Irlanda, ou dos países do Commonwealth, tem vivido e trabalhado no Reino Unido. Exemplos expressivos através dos séculos incluem Jonathan Swift, Oscar Wilde, Bram Stoker, George Bernard Shaw, Joseph Conrad, T. S. Eliot e Ezra Pound, e mais recentemente autores britânicos nascidos no estrangeiro como Kazuo Ishiguro e o Sir Salman Rushdie.
No teatro, os contemporâneos de Shakespeare Christopher Marlowe e Ben Jonson ganharam reconhecimento. Mais recentemente Alan Ayckbourn, Harold Pinter, Michael Frayn, Tom Stoppard e David Edgar combinaram elementos de surrealismo, realismo e radicalismo.

[editar] Música

The Beatles, naturais de Liverpool, são uma das bandas mais bem sucedidas comercialmente e aclamado pela crítica na história da música, vendendo mais de um bilhão de discos internacionalmente.[175][176][177]
Vários estilos musicais são populares no Reino Unido, desde a música folclórica da Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales, ao heavy metal. Notáveis compositores da música clássica do Reino Unido e dos países que o precederam incluem William Byrd, Henry Purcell, Sir Edward Elgar, Gustav Holst, Sir Arthur Sullivan (mais famoso por trabalhar com o libretista Sir W. S. Gilbert), Ralph Vaughan Williams e Benjamin Britten, pioneiro da ópera britânica moderna. Sir Peter Maxwell Davies é um dos principais compositores vivos e o atual Maestro da Música da Rainha. O Reino Unido é também a casa de orquestras sinfônicas e coros de renome mundial, tais como a BBC Symphony Orchestra e o London Symphony Chorus. Maestros notáveis incluem Sir Simon Rattle, John Barbirolli e Sir Malcolm Sargent. Alguns dos notáveis compositores de trilhas sonoras para o cinema incluem John Barry, Clint Mansell, Mike Oldfield, John Powell, Craig Armstrong, David Arnold, John Murphy, Monty Norman e Harry Gregson-Williams. George Frideric Handel, apesar de ter nascido alemão, tornou-se um cidadão britânico naturalizado[178] e algumas de suas melhores obras, tais como o O Messias, foram escritos no idioma inglês.[179] Um compositor prolífico do teatro musical, cujas obras têm dominado West End em Londres por vários anos e chegaram até a Broadway, em Nova York, é Andrew Lloyd Webber, que alcançou um enorme sucesso comercial em todo o mundo.[180]
Artistas britânicos que se destacam por terem influenciado a música popular nos últimos 50 anos incluem The Beatles, Queen, Cliff Richard, Bee Gees, Elton John, Led Zeppelin, Pink Floyd e Rolling Stones, os quais têm recorde de vendas mundiais de mais de 200 milhões de discos.[181][182][183][184] [185][186][187] Os Beatles têm recorde de vendas internacionais de mais de um bilhão.[175][176][177] Segundo uma pesquisa da Guinness World Records, oito dos dez artistas com mais singles nas paradas do Reino Unido são ingleses: Status Quo, Queen, The Rolling Stones, UB40, Depeche Mode, Bee Gees, Pet Shop Boys e Manic Street Preachers.[188][189] Artistas musicais britânicos que obtiveram sucesso internacional mais recentemente incluem Coldplay, McFly, Taio Cruz, Radiohead, Oasis, Spice Girls, Amy Winehouse, Muse e Gorillaz.
Uma série de cidades do Reino Unido são conhecidas por suas cenas musicais. Artistas de Liverpool tiveram mais músicas per capita nas paradas britânicas (54) do que qualquer outra cidade no mundo.[190] A contribuição de Glasgow para o cenário musical foi reconhecida em 2008, quando foi nomeada uma Cidade da Música pela UNESCO, uma das três únicas cidades do mundo a ter essa honra.[191]

[editar] Esportes

Interior do Estádio de Wembley, na Inglaterra, um dos mais caros estádios já construídos.[192]
Os principais esportes do país incluem o futebol, rugby league, rugby union, remo, boxe, badminton, cricket, tênis e golfe, que se originaram ou eram muito desenvolvidos no Reino Unido e nos Estados que o precederam. Uma pesquisa de 2006 revelou que o futebol é o esporte mais popular no Reino Unido.[193] Em competições internacionais, equipes separadas representam a Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte na maioria dos esportes, assim como nos Jogos da Commonwealth. No entanto, há ocasiões em que uma equipe esportiva única representa o Reino Unido, incluindo nos Jogos Olímpicos, onde o Reino Unido é representado pela equipe da Grã-Bretanha.
O cricket é muito popular na Inglaterra e no País de Gales, mas é menos popular nas outras nações constituintes do Reino Unido. Rugby league, rugby union são os outros esportes de equipe, geralmente mais populares no sul da Inglaterra. Os principais esportes individuais incluem o atletismo, golfe, automobilismo e corridas de cavalos. O tênis é o esporte de maior destaque pelas duas semanas do Torneio de Wimbledon, mas, por outro lado, luta para defender seus interesses dentro do país de seu nascimento. Muitos outros esportes também são jogados e seguidos, mas em menor grau.
O Reino Unido deu origem a uma série de grandes esportes internacionais, incluindo: o futebol, rugby (union e league), cricket, golfe, tênis, badminton, squash, rounders, hóquei, boxe, sinuca, bilhar e curling. O país também desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento de esportes como navegação a vela e automobilismo.

Suíça

A Suíça, oficialmente Confederação Helvética é uma das economias mais ricas do mundo,[15] e é sede de inúmeros bancos privados e de organizações interracionais.[16] A sua história é marcada pela sua neutralidade política perante as outras nações e representa um marco de liberdade e de democracia para o mundo inteiro.[17]


Localização  Suíça

Localização da Suíça (em verde)
No continente europeu (em cinza)
CapitalWappen Bern matt.svg Berna
46°57′N 7°27′E
Cidade mais populosaWappen Stadt Zürich.svg Zurique
Língua oficialAlemão, francês, italiano e romanche[1]
GovernoRepública federal
 - Conselho Federal[2]Micheline Calmy-Rey (Presidente)
Eveline Widmer-Schlumpf (Vice-presidente)
Doris Leuthard
Ueli Maurer
Didier Burkhalter
Simonetta Sommaruga
Johann Schneider-Ammann
 - Chanceler FederalCorina Casanova
Independência 
 - Data de fundação1 de Agosto de 1291 
 - de-facto22 de Setembro de 1499 
 - Reconhecida24 de Outubro de 1648 
 - Restaurada7 de Agosto de 1815 
 - Estado Federal12 de Setembro de 1848 
Área 
 - Total41 285[3] km² (144.º)
 - Água (%)4,2%
População 
 - Estimativa de 20087.581.520[4] hab. (94.º)
 - Censo 20007.288.010 hab. 
 - Densidade186 hab./km² (61.º)
PIB (base PPC)Estimativa de 2008
 - TotalUS$ : 315,768 bilhões[5] (22.º)
 - Per capitaUS$ : 43.196[5] (7.º)
Indicadores sociais
 - Gini (2000)33,7  – médio
 - IDH (2010)0,874 (13.º) – muito elevado[6]
 - Esper. de vida81,7 anos (4.º)
 - Mort. infantil4,1/mil nasc. (9.º)
 - Alfabetização99,0% (19.º)
MoedaFranco suíço (CHF)
Fuso horárioCET (UTC+1)
 - Verão (DST)CEST (UTC+2)
ClimaTemperado e alpino
Org. internacionaisONU, EFTA, FMI
Conselho da Europa
Cód. ISOCHE
Cód. Internet.ch
Cód. telef.+41
Website governamental(em francês) www.admin.ch

Mapa  Suíça

História

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Antiguidade

Fundada em 44 a.C., Augusta Raurica foi o primeiro assentamento romano no Reno e é hoje o mais importante sítio arqueológico na Suíça.[13]
A história da Suíça começa antes do Império Romano: em 500 a.C. Nessa altura, muitas tribos celtas estavam localizadas nos territórios do Centro-Norte da Europa. A mais importante delas era a dos Helvécios, nome que iria originar a designação actual da Suíça.[14]
Ao contrário do que
era dito pelos Romanos e pelos Gregos, os Helvécios não eram selvagens mas sim avançados na técnica de jóias e outras peças pequenas corroborando as escavações feitas no Lago de Neuchâtel.
Em 58 a.C., os Helvécios tinham planeado descer para Sul, mas foram parados na batalha de Bibracte pelo Exército Romano sob o comando do general Júlio César e obrigados a recuar.[14][15]
Os Romanos controlaram o território suíço até cerca 400 d.C. Foram criadas fronteiras e fortalezas a Norte do rio Reno para conter as invasões bárbaras provenientes do Norte da Europa.[16] Com o imperador Augusto, os romanos conquistaram a parte Oeste da Alemanha e a Áustria. Muitas cidades actuais da Suíça foram fundadas naquela era: Genibra (Genebra), Lausana (Lausana), Octodurum (Martigny), Salodurum (Soleura), Turicum (Zurique), Sedunum (Sion), Basilia (Basileia), entre outras.[16][17]
O período da Idade Média da Suíça foi um pouco confuso até à formação da antiga Suíça. Depois da queda do Império Romano, o território foi invadido por tribos germânicas como os Burgúndios, Alamanos e Lombardos.[18] No século VIII, os Burgúndios e os Alamanos entraram na coalizão dos Francos de Carlos Magno, que permitiu aos missionários católicos entrar nos territórios controlados pelos Alamanos. Com o Tratado de Verdun, o território suíço passou às mãos de Lotário I, que incluía um assentamento burgúndio a oeste do rio Aar que depois formou um reino independente até 1033, quando integrou de novo o Sacro Império Romano Germânico.[18][19]
Neuchâtel

Confederação de 1291 e o seu crescimento

Os domínios que existiam em 1200:
██ Saboia
██ Zähringer
██ Habsburgo
██ Kyburg
1 de Agosto de 1291 é a data do início da Confederação Helvética.[20] Esta data foi encontrada num documento que já foi autenticado através de uma análise radionuclear de Carbono-14.[21] Tudo começou com uma estrada chamada St. Gotthard e três pequenos vales no centro do território suíço - Waldstätte - que ficaram esquecidos pelos duques e reis. Do século XI ao século XIII, muitas cidades foram fundadas, incluindo Berna, Lucerna e Friburgo.[22] A estrada de St. Gotthard serviu às populações que viviam nas planícies e nas montanhas, unindo-as. Ao longo dos tempos, foram feitas estradas entre os povoados e a confederação foi aumentando o seu território, tornando as aldeias das montanhas mais próximas e mais fortes.
Ainda há uma lenda nacional sobre a fundação do país: Guilherme Tell, o herói nacional suíço representado actualmente nas moedas suíças de cinco francos. Porém, muitos historiadores acreditam que não passa de uma figura heróica.
Guilherme Tell, o lendário fundador da Suíça.
A partir de 1332, a confederação começou a crescer, acolhendo novos membros. Nesse ano, o cantão de Lucerna adere à união, enquanto os cantões de Zurique, Zug e Berna e Glarona entram em 1353, 1352 e 1353,[23] respectivamente criando a confederação de oito Estados-Membros. Mais tarde entrou a cidade, e não o cantão, de Appenzell em 1411 e depois São Galo em 1412.[24][25] Uri, Unterwalden e Lucerna fizeram uma aliança com o bispo de Sion, Valais em 1403. Porém, em 1414, quando os lordes de Raron (Valais) começavam a aumentar a sua influência no Valais, os habitantes da região começaram a defender-se contra eles, criando assim as primeiras dificuldades da Confederação de 1291.
Passado algum tempo, tendo os Suíços se envolvido em pequenas guerras contra os Borguinhões e em conquistas de outros pequenos territórios como Zurique, Schwyz e Glarona (resultados da Antiga Guerra de Zurique), surgiu a necessidade de aumentar a confederação. Porém, em 1477, Uri, Schwyz, Unterwalden, Zug e Glarona não concordavam com mais uma expansão. Um acordo levado por Niklaus von Flüe acalmou os ânimos dando assim entrada aos cantões de Friburgo e Soleura. De seguida, os cantões fizeram mais um acordo com o cantão de Graubünden, porém, sem Berna criando a confederação dos 13 Estados-membro.[26]
Carta Federal de 1291.
Através da Guerra dos Suabos, a Suíça juntou mais membros. Em 1501, as cidades de Basileia e Schaffhausen foram integradas na confederação, e em 1513 o Apenzell (antes de se dividir) integrou a confederação, dando assim treze cantões, que constituíam a antiga Confederação de 1291 durante muito tempo. Porém a independência formal só aconteceu em 1648.[26]
Depois da criação da Confederação em 1291, a Suíça atravessa um longo período de revoluções, guerra e invasões contra o Antigo Regime que viria a culminar com a revolução de 1782.
Entre 1650 e 1790, vários são os conflitos que vão acontecendo na Suíça contra famílias ricas e que não tiveram sucesso. Muitos cantões entraram em guerra e conflitos para reclamar igualdade nos direitos. Apenas o Cantão de Genebra e a cidade de Toggenburg conseguiram restaurar algumas regras antigas. Porém, em 1782, as tropas napoleónicas e de Berna conseguiram instaurar a aristocracia em Genebra.
Contudo, durante o séc. XVIII, cada vez mais as pessoas insistiam na unidade da Suíça, criando regras equivalentes entre os cidadãos. Em 1761, foi criada a Sociedade Helvética em Zurique. Juntavam-se todos os anos em Schinznach-Bad (Cantão de Argóvia) e discutiam a história e o futuro da Confederação.[27]

A República Helvética

As revoltas que ocorriam entre o século XVII e o século XVIII mostraram que a revolução de 1798 não correu da mesma maneira que a Revolução Francesa. Enquanto que em França a revolução deveu-se ao abuso do poder da monarquia, na Suíça, a revolução de 1798 deveu-se mais à corrupção das casas ricas. De todas as maneiras, a Revolução Francesa de 1789 provou aos suíços que era possível uma revolução na confederação.
Soldado da República Helvética.
Após a Tomada da Bastilha, muitos suíços em todo o país começaram a pôr em causa o sistema político em vigor através de petições como, por exemplo, em Unter-Hallau, Aarau e no cantão de Vaud. Outros acontecimentos são as celebrações da Revolução Francesa em Lausanne (1790), de onde inicia-se a Revolução de 1798. Em 1792, ocorre a Revolução de Genebra. Um ano depois são realizadas eleições que viriam a culminar com a celebração de uma nova Constituição em 1794. Nesse mesmo ano ocorre também a Revolução dos Grisons.
A Revolução de Vaud em 1797 representou um papel fundamental para a criação da República Helvética. Frederico César de La Harpe perguntou à população se concordaria com uma intervenção francesa contra Berna. Quando Napoleão caminhava a caminho da Alemanha atravessando Genebra, em Vaud, foi acolhido em festa e as populações aproveitaram esta ocasião para lhe mostrar as suas convicções em Lyon.
Apesar de tudo, Berna não queria negociar e enviou 5000 soldados de expressão alemã à região. Os soldados de expressão francesa proclamaram a República de Léman, em que Léman significa o Lago de Genebra. O general francês Ménard aproveitou a vitória do conflito para declarar guerra a Berna. Os vaudeses marcharam para Berna e tomaram a cidade a 5 de Março de 1798.
Cerca de 121 representantes dos cantões de Argóvia, Basileia, Berna, Friburgo, a República de Léman (Cantão de Vaud), Lucerna, Schaffhausen, Solothurn e Zurique juntaram-se em Argóvia a 12 de Abril de 1798 para proclamar a República Helvética e confirmar uma nova constituição.
A França anexou os cantões de Genebra, Neuchâtel, Bienna e o território do Bispo de Basileia, actual Jura. A nova constituição promulgada era muito semelhante à francesa, com um parlamento (duas câmaras), um governo legislador e um tribunal supremo de justiça. A tradição federalista da Antiga Confederação de 1291 fora eliminada.[28]

O colapso e o Acto de Mediação de Napoleão

O Acto de Mediação de Napoleão.
Apesar da criação de uma nova república, a República Helvética viria a cair devido a diversos factores. De um lado, os representantes do antigo sistema não falharam em atacar as novas ordens, criticando e ridicularizando-as. Por outro lado, as guerras sucessivas foram esgotando as reservas da confederação. O sistema político de centro não foi bem recebido pela população e os camponeses, apesar de favoráveis à República, queriam estatutos iguais.
A França tornara-se uma ditadura sob o comando de Napoleão e a República Helvética teve quatro tentativas de golpe de estado. Em razão da grande confusão e da instabilidade, alguns cantões restauraram o estatuto cantonal (Schwyz, Nidwalden, Obwalden, Appenzell, Glarona e Grisões). A cidade de Zurique criava uma forte oposição sobre a República dificultando as tarefas desta. A República viria a cair em 1802 com uma guerra civil entre os republicanos e apoiantes do antigo regime.
Napoleão, ao ver o estado na República Helvética, ordenou aos seus soldados para invadir e desarmar os rebeldes e aí, percebeu que o sistema de República nunca seria viável. Foi aí que se criou um acto de mediação entre várias partes a ser respeitado pelos cidadãos, que durou de 1803 a 1815. A Suíça ganhou seis novos cantões: São Galo, Grisões, Argóvia, Turgóvia, Tessino e Vaud.
Após Napoleão ter perdido contra a Rússia e na Batalha de Waterloo, a Suíça regressou ao sistema federal. Os seis cantões que tinham entrado durante o acto de mediação receberam o estatuto de estados livres (cantão) em vez de membros associados. Valais, Neuchâtel e Genebra voltaram a entrar para a confederação após terem sido anexados pela França. A Suíça passava a ter 22 cantões com as fronteiras iguais às da actualidade.[29]

Era Moderna

Durante o século XIX, a Confederação Helvética vai progredindo para se tornar numa democracia moderna. Quando em 1815 o Antigo Regime foi restaurado, nem todos os republicanos desistiram. Muitos ainda reivindicavam a liberdade de circulação e direitos iguais entre classes sociais, entre outras exigências. Dadas essas, o cantão de Basileia dividiu-se em dois: Basileia-Cidade e Basileia-Campo. Outros políticos defendiam a criação de uma federação semelhante à dos EUA, com um parlamento federal. Foi a partir daí que se criou a Constituição Federal de 1848. À semelhança do sistema norte-americano, a Suíça adoptou a Declaração dos Direitos Humanos, duas câmaras parlamentares - o senado e a câmara federal -, o governo federal e um tribunal de Justiça Suprema. A nova constituição foi aceite por 15 cantões e meio (dado que apenas Basileia-Campo tinha aceite). Berna foi designada a capital federal. Porém, só em 1874 é que a constituição foi totalmente revista.[30]
O país também se desenvolve no sector da indústria. A Suíça foi um dos primeiros países a implementar este ramo na sua economia e viria a crescer sobretudo depois da Revolução Industrial de 1850.
Henri Nestlé foi um dos empresários do século XIX com mais destaque na Suíça.
A indústria têxtil foi um dos primeiros sectores do país a ser desenvolvido. Em 1801, a Suíça começa a produzir têxteis nas máquinas de terceira geração importadas do Reino Unido em São Galo. Mas, ao invés dos outros países que usavam energia a vapor (a partir do carvão), os suíços usavam sobretudo as potencialidades da energia hidroeléctrica. Em 1818, as máquinas substituíram praticamente todo o trabalho manual em todo o território.
Porém, com o Bloqueio Continental provocado por Napoleão, os suíços viram a possibilidade de importar máquinas proibidas. Por isso, muitas empresas começaram a construir elas próprias as suas máquinas.
O sector industrial é uma das marcas mais importantes dos séculos XVIII e XIX pois serviu de impulso para a economia helvética. Mas a grande expansão de empresas criara um efeito de capitalismo sem ordem pelo que foi necessário criar regras para conter esses problemas. Também no século XIX a Suíça faz-se de exemplo ao Mundo ao criar regras laborais tais como em 1815 em Zurique que defendia que as horas diárias não excederiam as 12, nunca começando antes das cinco da manhã. As crianças com menos de dez não deviam trabalhar. Em 1815 o cantão de Turgau afirma que nenhuma criança pode trabalhar. Em 1877 uma lei federal nasce afirmando que as horas diárias passariam a ser 11 e não haveria período laboral à noite e aos Domingos. As crianças com menos de 14 anos estavam proibidas de trabalhar.[31]

[editar] Século XX

Apesar do país ter sido rodeado por várias potências em guerra (a França, a Alemanha, o Império Austro-Húngaro - até 1918 - e a Itália), a Suíça nunca foi invadida em nenhuma das duas Grandes Guerras. A sua neutralidade foi posta em causa com o Escândalo Grimm-Hoffmann,[32] em 1917, ao qual não foi dada muita relevância. O Estado adere à Liga das Nações em 1920 e ao Conselho Europeu, em 1963.[33] A invasão da Suíça foi várias vezes planeada pelos alemães, mas nunca foi atacada.[34] Conseguiu manter a paz com a Alemanha através de consessões económicas e militares. A imprensa suíça e o Governo Federal opuseram-se às políticas do Terceiro Reich. Dada a sua localização geográfica, a Suíça era um local de espionagem constante por parte das duas facções (os Aliados e o Eixo). Durante a Segunda Guerra Mundial, a Suíça recebeu 300 mil refugiados dos quais 104 mil eram militares estrangeiros. 60 mil eram civis que fugiam das políticas nazis. Daqueles, entre 26 mil a 27 mil eram judeus. No entanto, as políticas imigratórias e de asílio eram restritas o que causou muitas controvérsias.[35]
Apesar de tudo, a Suíça foi uma voz de liberdade para a Europa Ocidental. A defesa "espiritual" fez com que a Suíça fosse uma marca de referência para os direitos do Homem e assegurou, fortalecendo a sua independência.[36]
Em 1958, a Suíça garante o direito ao voto às mulheres, primeiro a nível cantonal (no Valais), e depois a nível federal em 1971.[37] O último cantão a reconhecer o direito às mulheres de votar foi Appenzell Interior em 1990. Esse reconhecimento permitiu um grande crescimento de participações das mulheres na vida política. Em 1978 ocorre a criação do último cantão helvético, o Jura, após a separação de vários territórios ao longo do cantão de Berna. O Jura integrou oficialmente a Confederação Helvética em 1979.[38] A 18 de Abril de 1999, um referendo nacional propôs a revisão total da Constituição Helvética.
Exposição nacional de 2002.
Em 2002, a Suíça integra totalmente as Nações Unidas,[39] deixando o Vaticano como o único Estado sem integração completa no organismo. A Confederação Helvética é um Estado-membro da Associação Europeia de Livre Comércio[40] mas não é membro do Espaço Económico Europeu. Em 1992, a Suíça pediu a adesão à União Europeia, mas fora banida pela EEE em Dezembro de 1992, dado que um referendo interno era necessário para obter aprovação por parte da população helvética.[41] Vários referendos foram-se realizando e devidas às opiniões da população, as negociações com a União Europeia foram congeladas. No entanto, as leis suíças estão gradualmente a adaptar-se às normas da UE e o Governo Federal assinou vários acordos bilaterais com o bloco económico. O país, juntamente com o Liechtenstein, tem vindo a estar rodeada pelos países-membros da UE até 1995, com a adesão da Áustria. Em 5 de Junho de 2005, a população suíça aprovou a integração ao Espaço Schengen.[42]

Geografia

Regiões e densidade

Imagem de satélite da Suíça.
A Suíça é um país localizado no centro da Europa de coordenadas 47,00 N e 8,00 E. A sua área total é de 41.285 km² em que 1.520 são cobertos de água. Faz fronteira com a França a Oeste, a Alemanha a Norte, a Áustria e o Liechtenstein a Leste e com a Itália a Sul. De uma maneira geral, pode-se dividir a Suíça em três regiões geográficas: os Alpes, o planalto e o Jura.
O planalto, denominado como plateau, ocupa um terço da área do país e aí mora cerca de dois terços da população naquela área geográfica. A densidade populacional é de cerca de 450 pessoas por quilómetro quadrado. Vai desde o Lago Leman na fronteira francesa, atravessando o centro da Suíça e terminando no Lago de Constança, nas fronteiras com a Alemanha e a Áustria. Tem uma altitude média de 580 metros..[43] O plateau suíço é atraversado por três grandes rios: o Ródano, o Reno e o Aar. O Sul e o centro-Sul da Suíça são dominados pela cadeia montanhosa alpina enquanto que o restante é uma zona plana exceptuando-se um faixa ao longo da região Noroeste que é dominada pelo Jura.
A divisão geográfica da Suíça.
Os Alpes Suíços fazem parte de uma cadeia montanhosa que atravessa desde o Sul da Europa até à Europa Central. Algumas das mais importantes passagens estão localizadas nos Alpes suíço. Têm uma altitude média de 1700 metros e cobra dois terços de toda a totalidade da área da Suíça. Entre os alpes suíços estão 48 montanhas que têm pelo menos 4.000 metros de altitude.[44]
O Jura é uma linha de rocha calcárica que se estende desde o Lago Leman até o rio Reno no Norte, ocupando cerca de uma décima parte da área da Suíça, 12%. Estão prensentes naquelas rochas ambundantes fósseis de origem jurássica.[45]
A densidade populacional da Suíça é elevada: 170 habitantes por quilómetro quadrado. Porém, é na zona central que se concentra a maior parte da população cuja densidade chega aos 500 habitantes por quilómetro quadrado.[46]

Natureza

Os Alpes suíços constituem um ambiente extremo. A região dos Valais possui cumes que podem chegar acima dos 4000 metros.
Dada a grande diferença de altitudes, que variam dos 195 metros até mais de 4000 metros, a Suíça apresenta uma grande diversidade de climas e dos respectivos animais e plantas. Na zona Sul, nomeadamente no cantão de Ticino, pode-se verificar um clima mediterrânico, enquanto que no topo das montanhas está sempre presente uma camada de neve. A grande discrepância de altitudes também permite constatar uma diversidade nos minerais.
Nos cantões mais a Sul (Valais e Ticino) podem-se encontrar eucaliptos e pinheiros. O tempo temperado permite a evolução de muitas plantas e também de zonas vinhateiras, entre outras espécies. À medida que aumenta a altitude, a densidade vegetacional diminui, pois o ar torna-se mais frio, dificultando a evolução de espécies. Os glaciares formam a paisagem a altas altitudes. A Suíça é um dos países com mais glaciares por área.
Em relação à fauna, os ursos e os lobos estiveram extintos durante um século. Porém, o lobo reapareceu no território nas últimas décadas provindo da Itália. O íbex, o chamois e a marmota são espécies muito frequentes nos Alpes, bem como uma grande quantidade de espécies voadoras em todo o território, como pombos, corvos e gaivotas.[47]

Clima

O clima na Suíça é temperado apresentando uma grande amplitude entre Verões amenos e Invernos rigorosos. Abaixo da cordilheira dos Alpes, o tempo é mais quente do que no Norte. Em termos climáticos pode-se dividir a Suíça em quatro regiões: extremo Sul, os Alpes, o maciço central e o Jura.[48][49] As temperatura variam entre temperaturas negativas nas zonas montanhosas e no Inverno e temperaturas amenas durante o Verão pois na época do Estio, o país é enfrentado por um anticiclone enquanto que no Inverno, existe uma frente fria proveniente da Sibéria causando abruptas quedas na temperatura, sobretudo durante a noite.
O tempo na Suíça varia bastante de lugar para lugar. O local com maior precipitação é Rochers de Nave, perto de Montreux com cerca de 260 cm por ano. A precipitação é geralmente mais elevada na parte Oeste do país onde se formam nuvens de origem atlântica. A parte Sul tem também altas precipitações devido aos efeitos de barramento das nuvens nos Alpes: em Lugano a precipitação chega aos 175 cm. Uma das características mais vincadas no clima suíço é o vento forte e quente que se forma no Sul, desginado Föhn. A ensolação na Suíça é de aproximadamente 1700 horas por ano, havendo picos em lugares no Valais onde o Sol pode durar cerca de 2300 horas por ano.[

Demografia

Etnicidade

Propagação da língua alemã.
A Suíça, assim como os seus países vizinhos, nunca foi e não é uma população homogénea. Esta diversidade étnica parte desde os tempos celtas em que os helvécios eram a tribo mais importante da zona central da Europa e está directamente ligada à diversidade linguística do país. Quando os helvécios foram impedidos de imigrar para o Sul do território actual da França por César, floresceu uma nova cultura galo-romana. Em 400 d.C., aquando das grandes migrações (Völkerwanderung), os francos e os burgundos migraram para Norte atravessando o rio Ródano. Estes últimos instalaram-se na zona ocidental da Suíça e adoptaram a língua latina (que viria a originar a zona românica da Suíça). Um outro grupo étnico germânico chamado Lombardos (da Lombardia) instalaram-se na zona Sudeste do país dando origem à zona italiana do país. Por fim, os Alamanos instalaram-se na zona Sudoeste da Alemanha e proliferaram por dentro do território suíço originando a zona alemã do país.
Ainda existiam os récios que pensa-se que eram os que originaram a parte do romanche. Porém, essa etnia desapareceu sem deixar muitos rastos. Concluindo, pode-se dividir a população helvética nativa em três etnias:
  • Celtas - língua românica: os burguinhões (zona francesa);
  • Romanos - língua latina: os lombardos (zona italiana);
  • Germânicos - língua germânica: os alamanos (zona alemã).
Hoje em dia, além destas três etnias, existe uma grande diversidade étnica estrangeira que viria a propagar-se desde a Segunda Guerra Mundial. A Suíça apresenta minorias de origem espanhola, portuguesa, balcânica e recentemente, turca.

Línguas

Línguas oficiais na Suíça:[51]
██ Suíço-alemão (62,7%; 72,5%)
██ Francês (20,4%; 21,0%)
██ Italiano (6,5%; 4,3%)
██ Romanche (0,5%; 0,6%)
A Suíça tem oficialmente quatro línguas: o alemão, o francês, o italiano e o romanche falados, respectivamente, em 63.7 %, 20.4%, 6,5% e 0,5% do território. Esta diversidade linguística deve-se à vizinhança da Suíça: a Itália, de expressão italiana, a Alemanha, o Liechtenstein e a Áustria, de expressão alemã e, por fim, a França, de expressão francesa.[52]
Esta divisão por línguas dá na realidade uma divisão de facto em Suíça alemã, Suíça romanda, Suíça italiana e a Romanche.
As pessoas nas áreas fronteiriças entre duas línguas vão crescendo a aprender ambas as línguas, tornando-se bilíngues. Este fenómeno pode ser internacional, entre a Suíça e outro país ou interno, entre duas áreas de línguas diferentes que podem ser entre dois cantões ou mesmo dentro de um cantão. No caso do Cantão do Valais, os habitantes de Sierre são bilíngues onde o alemão e o francês se encontram. A fronteira ideológica entre a população de expressão francesa e de expressão alemã é coloquialmente conhecida como Röstigraben. A separação não fica somente pela língua mas também pelas ideologias e culturas, onde os falantes franceses são mais abertos e liberais e os falantes alemãs são mais conservadores. Embora o alemão seja língua oficial de-jure, na realidade o mais falado nesta área é o alemão-suiço (Schweizerdeutsch). Trata-se de uma variação bastante diferente do alemão quer na pronúncia, quer na escrita.O alemão-suiço é um dialeto, portanto falado somente por certas comunidades,há diversos dialetos espalhados em toda a Suíça, havendo por vezes mais de um dialeto por cantão. O romanche é falado por cerca de 50.000 pessoas, das quais 35.000 o utilizam como língua materna. A maior parte de seus falantes vive no leste do país, e o idioma se divide em três variações, cada qual com sua própria gramática, literatura e dicionários; tentativas de se padronizar o romanche não foram bem sucedidas até o momento.[53]
A imigração de grandes grupos estrangeiros, sobretudo portugueses, espanhóis, italianos, sérvios e albaneses permitiram a penetração de várias línguas estrangeiras como o português, o espanhol, o sérvio e, recentemente o turco, entre outras.[54]

Religião

Mapa da Suíça por religião.
A Suíça é um estado laico reconhecido a nível federal pela sua Constituição. No entanto, a maior parte dos cantões, excepto Genebra e Neuchâtel, reconhece religiões oficiais, em todos os casos incluindo a Igreja Católica e a Igreja Reformadora Suíça. Estas igrejas, e em alguns cantões também a Velha Igreja Católica e congregações judaicas, são financiadas por taxação oficial de aderentes.[55] A nível federal, o Artigo 4.º - Capítulo 1 da Confederação Helvética afirma que toda a pessoa tem o direito de praticar a sua fé religiosa sem qualquer limitação por parte das autoridades e dos outros cidadãos sejam quais forem a nacionalidade ou origem.[56]
O cristianismo é a religião predominante da Suíça, dividida entre a Igreja Católica (41,8% da população) e várias denominações protestantes (35,3%). A imigração trouxe o islão (4,3%, predominantemente kosovares e turcos) e a ortodoxia oriental (1,8%) como religiões minoritárias significantes.[57] De acordo com um estudo da Comissão Europeia de 2005, foi relevado que 48% da população é teísta, 39% expressaram crença "num espírito ou força de vida", 9% ateísta e 4% agnóstico.[58]
O país é historicamente equilibrado entre católico e protestante, com uma complexa divisão de maiorias na maior parte do país. Um cantão, Appenzell, foi oficialmente dividido em secções católicas e protestantes em 1597.[59] As maiores cidades (Berna, Zurique e Basileia) são predominantemente protestantes. A parte central do país, assim como o Ticino, são tradicionalmente católicas. A constituição suíça de 1848, sob a recente sensação dos confrontos de cantões católicos e protestantes que culminaram no Sonderbundskrieg, conscientemente definiu a Suíça como um estado que permite a coexistência pacífica de católicos e protestantes. Uma iniciativa de 1980 pedindo a completa separação entre Igreja e Estado foi rejeitada, com 21,1% de votos favoráveis.[60]
Apesar da constituição do país ser neutro e permitir qualquer confissão prática religiosa no país, um referendo contra a construção de minaretes de mesquitas muçulmanas foi realizado em 29 de Novembro de 2009. O resultado foi a aprovação do texto que proíbe a construção de tal estruturas no país.[61]


Política

O Palácio Federal onde as decisões nacionais são tomadas pelos sete membros do Conselho Federal.
A Suíça é um Estado Federal desde 1848. A nova Constituição de 1999, não influenciou nenhuma mudança notória no sistema político helvético. Garante a soberania de cada cantão e a separação entre poderes federais e cantonais. Defende a aplicação total dos Direitos Humanos, da dignidade humana[62] e proíbe a pena de morte.[63]

[editar] A hierarquia política

A Suíça, apesar de ser um estado de pouca extensão, possui um sistema político bastante complexo, semelhante aos sistemas federais dos restantes países do mundo. A Constituição Federal da Suíça define o país como um Estado Federal composto por 26 cantões em que cada cantão tem a sua autonomia político-económica. A hierarquia política da Suíça é constituída da seguinte maneira:
  • Em primeiro lugar está o sistema Federal;
  • Em segundo, o cantonal.
  • Em terceiro, o sistema comunal.
O sistema federal (ou Governo Central) vela pelas relações políticas com o exterior, a economia nacional, as Forças Armadas, os estatutos sobre as medidas internacionais como o peso e a altura, os caminhos-de-ferro (conhecidos como "Chemins-de-Fer Fédéraux", CFF), entre outros. Já o poder cantonal tem a sua própria polícia, tem o seu sistema de saúde e educação e até tem estatuto oficial perante a religião. Por exemplo, no cantão de Valais a religião oficial é a Católica enquanto que, no cantão de Vaud, a religião é o Protestantismo.

O governo

O Governo da Suíça é constituído por um Conselho Federal, que representa o poder executivo, eleito indirectamente pelas duas assembleias reunidas: o Conselho Nacional e o Conselho dos Estados, que reunidas formam o Parlamento suíço, a Assembleia Federal (Die Bundesversammlung, L' Assemblée fédérale, Assemblea federale).[64]
O Conselho Nacional (semelhante ao Parlamento Português) é constituído por duzentos lugares. Os seus deputados são eleitos por um período de quatro anos através de um complexo sistema de representação proporcional. O Conselho dos Estados (semelhante ao senado norte-americano) é constituído por 46 lugares. Os cantões enviam dois representantes e os semi-cantões enviam um. Os representantes de cada cantão são eleitos pela população do respectivo cantão e o sistema de voto difere de um cantão para outro, visto que cada um deles tem as suas próprias regras.[65]
As duas casas do parlamento discutem as leis formadas, mas separadamente. Quando não se entendem, as leis têm que ser alteradas.
O Conselho Federal, Governo Federal ou Administração Federal (Conseil Fédéral, Bundesrat, Consiglio Federale, Cussegl federal, em francês, alemão, italiano e romanche, respectivamente) é constituído por sete lugares. Cada membro tem direitos equivalentes e representa uma parte do Conselho Federal. Cada membro pode ser reeleito e não existe um limite máximo de mandatos. As pastas que constituem o Conselho são: Assuntos Internos; Negócios Estrangeiros; Energia, Tráfego Ambiente e Comunicações; Economia; Finanças; Justiça e Política; e Defesa, Protecção e Desporto.[66] Todas as decisões federais, ou a aplicar a nível federal, são tomadas no Palácio Federal em Berna.
Por fim, o Tribunal Federal é a organização primária do sistema judicial na Suíça, sediado em Lausanne. A sua função é proteger as leis suíças contra posições arbitrárias que possam prejudicar os cidadãos e seus direitos.[67] Não existe uma corte constitucional.

O Presidente do Conselho

Micheline Calmy-Rey (2011), actual presidente do Conselho.
A Suíça não tem um presidente de Estado como, por exemplo, em Portugal e no Brasil, o Presidente da República.
Existe uma pessoa que é eleita pelos sete conselheiros federais por um período de um ano.[68] O presidente, com estatuto primus inter pares (ou seja, primeiro entre iguais) tem poderes muito limitados. No dia 1 de Janeiro de cada ano e no feriado nacional do dia 1 de Agosto dirige-se à população através de comunicações pela televisão e representa a Suíça em acontecimentos internacionais. Porém, em termos efectivos, cada membro do Conselho Federal tem mais poder que o próprio presidente federal. Além desses poderes, o presidente pode ter uma última palavra em caso de empate nas diversas votações que possam ocorrer quer no Conselho Federal ou nas duas alas políticas.[69]

Democracia directa

O Landsgemeinde é uma velha forma de democracia direta sendo ainda praticado em dois cantões suíços.
Para que toda a população possa participar na vida política, a Suíça tem um sistema único no Mundo de democracia directa. É muito frequente a realização de referendos, quer a nível federal, quer a nível cantonal. Além do mais, os resultados de um referendo federal não implicam a obediência de uma lei referendada por um cantão que tenha votado contra. Por exemplo se um cantão votar contra uma lei e em todos os outros cantões fora aceite, essa lei não entra no cantão que tenha votado efectivamente contra. Já em relação aos assuntos externos, é necessário haver a aprovação de todos os cantões como no caso da adesão da Suíça à União Europeia. Para a realização de um referendo nacional com o objectivo de alterar uma lei na Constituição Federal, é necessário que haja cem mil assinaturas[70] a pedir salvo se for um referendo pedido pelo Governo Federal ou por cada um dos cantões.[71]

Relações externas

A sede Europeia da Organização das Nações Unidas é em Genebra.
As relações externas da Suíça são diversas e são da responsabilidade directa do Departamento Federal Dos Assuntos Externos.[72] São objectivos da Constituição e do Departamento, a paz entre as nações, o respeito pelos direitos humanos, a democracia e a Lei; promover a economia suíça no mundo, bem como a preservação dos recursos naturais. O país foi dos últimos a integrar totalmente as Nações Unidas, a 10 de Setembro de 2002, após um referendo, realizado seis mês após outro, onde na altura a integração da Suíça na ONU fora rejeitada numa proporção de 3 votos contra 1 voto a favor.[73] Em 1996, a Suíça integra a NATO[74] e em 1997 o Conselho Euro-Atlântico.
Existem váriás situações de conflitos diplomáticos entre a Suíça e o exterior. Ultimamente, a Suíça tem vindo a ter vários conflitos diplomáticos com a Líbia que começaram em Julho de 2008 aquando da detenção do filho do presidente líbio. Hannibal Kadhafi e a sua esposa eram acusados de mal-tratar uma empregada e foram detidos pelas autoridades suíças. A Líbia ameaçou várias vezes a Suíça de corte de fornecimento de petróleo se o país não libertasse Hanninal Kadhafi e pedisse desculpa pelo sucedido. Após várias resistências, as autoridades libertaram-no e o Presidente do Conselho pediu desculpas em público à frente do Presidente Kadhafi em Tripoli. A imprensa suíça viu isso como uma humilhação por parte da Confederação.[75]

A Suíça e a União Europeia

O país é membro da Associação Europeia de Livre Comércio, mas não faz parte da União Europeia, apesar de todos países à sua volta serem integrantes do bloco europeu, exceptuando-se o Liechtenstein.
A localização da Suíça na União Europeia.
A Suíça negociou a integração no Espaço Económico Europeu (EEE) e a 20 de Maio de 1992, assinou o acordo para a adesão do país à União Europeia. No entanto, um referendo nacional, realizado a 6 de Dezembro do mesmo ano, rejeitou a integração do país ao EEE por apenas 50,3% dos votos.[76] Como consequência, as negociações com a União Europeia, na altura, Comunidade Económica Europeia, foram congeladas.[77] A sua adesão permanece em aberto e é vontade do Governo Federal a integração total da Suíça na UE.[78]
Ao longo da década de 1990, vários tratados foram assinados entre a UE e a Suíça. Vários acordos bilaterais estão em prática entre o bloco europeu e o país, no tocante a livre circulação de pessoas, tráfego aéreo e terrestre, agricultura, ciência, segurança, cooperação em casos de fraudes, entre outros. Porém, os acordos da Suíça com a UE estão sujeito à chamada cláusula da guilhotina em que, se num referendo um tratado for rejeitado, os acordo bilaterais I de 1999 são automaticamente anulados.[79]
A 5 de Junho de 2005, um referendo aprovou por maioria a integração do país no Espaço Schengen para a livre circulação de pessoas, o que foi confirmado por outro referendo, a 12 de Dezembro de 2008.[80][81]

Forças Armadas

Organograma da Armada Suíça.
As forças armadas helvéticas têm estatuto de milícia, com formação militar obrigatória para além da sua formação académica. Em 2006, o orçamento para a defesa do país rondou o
s 4,5 mil milhões de francos (3105 mil milhões de euros),[82] cerca de um porcento do PIB suíço, no mesmo ano.
Equipadas de material sofisticado e moderno, as forças armadas da Suíça têm como funções a defesa do território e da soberania helvética e a contribuição para a paz mundial através de missões ao estrangeiro, quer através da OTAN, quer através da ONU.[83]
Durante os tempos de paz, as forças armadas são comandadas pelo chefe da armada que depende do conselheiro federal da Defesa, Protecção da população e Desporto (DDPS) e do conselho federal por inteiro. Em tempos de guerra, a assembleia federal elege o general da armada perante os comandantes. Desde 1848, apenas quatro homens ocuparam esse lugar.[83] Todos os cidadãos do sexo masculino são inscritos nas forças amaradas, sendo obrgiatório executar o serviço militar. Tal acontece aos 18 anos de idade. Aos 20, metade do serviço é efectuado durante um período de primeira formação (escola de recrutas). No entanto, em caso provado do cidadão estar matriculado numa instituição académica, este pode adiar o serviço até ao fim da sua frequência. Os militares suíços são equipados de armas Fass 90 e/ou P220 Pist 75, ambas de marca SIG Sauer. Os canivetes suíços são também fornecidos, embora não sejam considerados armas.
A Guarda Suíça que acompanha o papa, foi criada no século XVI pela armada suíça e era constituída por mercenários que lutavam entre as potências. Hoje servem unicamente o papa, sendo ele que elege o superior. Os guardas devem ter tido uma formação no exército suíço durante, pelo menos, dois anos.[84]

Divisão administrativa




Cantão Capital
Cantão Capital
Wappen Aargau matt.svg Argóvia Aarau Wappen Nidwalden matt.svg *Nidwald Stans

Wappen Appenzell Ausserrhoden matt.svg *Appenzell Exterior Herisau Wappen Obwalden matt.svg *Obwalden Sarnen

Wappen Appenzell Innerrhoden matt.svg *Appenzell Interior Appenzell Wappen Schaffhausen matt.svg Schaffhausen Schaffhausen

Wappen Basel-Stadt matt.svg *Basileia-Cidade Basel Wappen Schwyz matt.svg Schwyz Schwyz

Wappen Basel-Landschaft matt.svg *Basileia-Campo Liestal Wappen Solothurn matt.svg Solothurn Solothurn

Wappen Bern matt.svg Berna Berna Wappen St. Gallen matt.svg São Galo São Galo

Wappen Freiburg matt.svg Friburgo Friburgo Wappen Thurgau matt.svg Thurgau Frauenfeld

Coat of Arms of Geneva.svg Genebra Genebra Wappen Tessin matt.svg Ticino Bellinzona

Wappen Glarus matt.svg Glarus Glarona Wappen Uri matt.svg Uri Altdorf

Wappen Graubünden matt.svg Graubünden Chur Wappen Wallis matt.svg Valais Sion

Wappen Jura matt.svg Jura Delémont Wappen Waadt matt.svg Vaud Lausanne

Wappen Luzern matt.svg Lucerna Lucerna Wappen Zug matt.svg Zug Zug

Wappen Neuenburg matt.svg Neuchâtel Neuchâtel Wappen Zürich matt.svg Zurique Zurique
*Esses semi-cantões são representados por um conselheiro (em vez de dois) in the Conselho dos Estados (veja Cantões da Suíça).
A Suíça, à semelhança de outros países federais, é constituída por 26 estados autónomos em que cada um deles tem autonomia própria. Segundo a constituição federal, estes estados são designados cantões e são independentes e soberanos. Os cantões (oficialmente designados como membros da Federação Helvética) podem criar as suas leis de modo a que essas leis não interfiram nos outros cantões. Tal como a nível nacional, cada cantão tem a sua constituição, as suas regras, os seus estatutos, etc. Todos os cantões têm o seu parlamento o que reforça as suas autonomias. Como cada cantão é diferente a nível - e não só - territorial, populacional e económico, é normal que as regras divirjam de um para outro.[85]
Num referendo realizado em 1911, o estado austríaco de Vorarlberg aprovou a sua junção à confederação helvética, com 80% de afirmações positivas. No entanto, o governo austríaco não acatou com os resultados. Os suíços italianos e francófonos, bem como os suiços librais rejeitaram também essa junção.[86]
Os cantões estão divididos em 2.636 municípios (ou comunas).[87]

Economia

Sede da Nestlé nas margens do Lago Léman.
Cerca de dois terços do território suíço é coberto de florestas, montanhas e lagos. Dado que o país não possui recursos minerais, tem de importar, processar e colocar à venda as necessidades da população. Dos três sectores que compõem a actividade económica suíça, o terciário é o mais importante no qual se incluem a banca, as seguradoras e o turismo. A agricultura também é importante, porém, não satisfaz às necessidades totais da população, sendo obrigado a importar.[88]
Actualmente, é a 23ª economia do mundo, com um PIB estimado de 492,6 mil milhões de dólares americanos para o ano de 2008 (pela taxa de câmbio oficial) ou 309,9 mil milhões de dólares (pela paridade de poder de compra).[89] O PIB per capita (estimado em 40.900 dólares americanos para 2008) é um dos maiores do mundo, enquanto a taxa de desemprego é uma das mais baixas. Dado que está rodeada de países-membro da União Europeia, a economia tem vindo gradualmente a adaptar-se às políticas do bloco económico, de modo a aumentar a sua competitividade internacional, apesar de haver ainda algum proteccionismo, sobretudo na agricultura.[90]
Em termos de valor, a Suíça é responsável por metade da produção mundial de relógios.[91]
Importante centro financeiro internacional, a Suíça é também a primeira praça financeira para a gestão de fortunas e continua a ser um porto seguro para os investidores, em razão do grau de sigilo bancário vigente no país e da histórica estabilidade da moeda local. Apesar das exigências da legislação, as regras do sigilo persistem e os não-residentes estão autorizados a realizar negócios através de diversos intermediários e entidades offshore. Segundo o The World Factbook da CIA, aí ocorrem importantes etapas do processo internacional de lavagem de dinheiro.[92] Em 2009, a Suíça foi incluída na 'lista cinza' de 38 paraísos fiscais, pela OCDE.[93]
Durante a última década, o sigilo bancário suíço tem sido várias vezes posto em causa, quer interna, quer externamente. O sigilo, previsto na lei suíça pelo artigo 47.º da Constituição,[94] tem permitido a defesa da divulgação de dados que são normalmente pedidos pelas autoridades internacionais c
ontra a invasão fiscal. Esse estatuto perante a banca tem permitido a chegada de novos capitais ao país, bem como a estabilização do franco suíço, sobretudo depois da chegada do Euro.[95] Após a eclosão da crise económica mundial, foi pedida várias vezes à Suíça o levantamento do artigo 47.º pelas autoridades internacionais, de modo a poder investigar crimes fiscais ocorridos em vários países, cujos capitais terão sido depositados na Suíça.[96] As dificuldades para tal, fizeram com que vários países, nomeadamente a Alemanha, a França e os Estados Unidos, colocassem o país na lista negra dos paraísos fiscais, que viria a acontecer em Março de 2009 - a OCDE coloca a Suíça na lista negra.[97]A crise económica provocada pela falência do banco Lehman Brothers atingiu fortemente o sector bancário suíço em 2008. Desde o início da crise, a Union de Banques Suisses perdeu cerca de trezentos milhões de francos (cerca de 207 milhões de euros).[98] Apesar da forte queda das acções do sistema bancária, a economia suíça previu um aumento de 2% no seu PIB.[99]

As sete grandes regiões

O "Escritório Federal da Estatística" (OFS) para poder estudar o desenvolvimento do país decidiu criar territórios macro-económicos que permitam efectuar comparações entre eles. O estudo consiste numa partilha do país em regiões importantes para a política e para a economia [100].
As sete grandes regiões assim criadas são :
  • Região Lemánica: VD, VS, GE
  • Suíça Central: BE, FR, SO, NE, JU
  • Suíça da Noroeste: BS, BL, AG
  • Zürich: ZH
  • Suíça do Leste: GL, SH, AR, AI, SG, GR, TG
  • Suíça Central: LU, UR, SZ, OW, NW, ZG
  • Tissino: TI

Turismo

A Suíça é dividida em treze regiões turísticas. A principal atracção da Suíça são as paisagens dos Alpes suíços.
Até ao século XVIII, o país não era um destino, mas uma passagem obrigatória no centro da Europa. Na altura, as cidades que atraiam turistas eram apenas Basileia e Genebra devido às suas universidades, movimentos religiosos, as fontes de água e as curas que as termas proporcionavam.
Vale Engadina, o turismo traz importantes recursos para a região dos Alpes suíços.
O início do turismo no país é provocado pelos trabalhos de escritores e pintores naturalistas do fim do século XVIII e do início do século XIX que suscitam interesse aos viajantes pelas descrições das paisagens e das montanhas. As regiões mais expostas foram as Oberland e sobretudo Zermatt, no cantão do Valais desde 1850.
As primeiras viagens organizadas foram lançadas pela agência inglesa Thomas Cook antes mesmo da indústria do Turismo Local se ter começado a desenvolver. No entanto, as tarifas elevadas atraiam apenas os suíços mais afortunados até que a crise de 1870-1890 forçam os profissionais a oferecerem preços mais baixos e estadias maiores, sobretudo na época do Inverno. A partir daí, novas estâncias são criadas, como em Davos e no Tessino.
No início do século XX, a Suíça gastava 3% do seu PIB anual para a hotelaria e as receitas daquele sector chegavam aos 320 milhões de francos suíços. O desenvolvimento pós-guerra de 1914-18 e o pagamento de férias pagas fazem com que existe um grande aumento da procura por parte das classes mais baixas que vêm a ser a maioria no fim da década de 1950.[101]
Actualmente, a procura de turismo na Suíça parte sobretudo da Alemanha, que corresponde a 14,4% das estadias feitas do país, seguida da França com 5,3%, o Reino Unido com 4,8% e Itália, com 3,8 %. Dos países não europeus, os Estados Unidos representam 3,3% do total das noitadas, seguidos da Austrália e da Nova Zelândia que representam 3,3%. O Japão representa apenas 0,6% das noitadas feitas na Suíça.[102]

Produtividade

Novartis, empresa farmacêutica da Suíça.
Menos de 10% da população activa trabalha no sector primário, embora seja fortemente apoiado pelo governo federal. Já 40% tem profissão na área secundária da indústria na qual se incluem produções de máquinas e metalúrgica, o têxtil e a relojoaria. Muitos desses produtos são exportados para outros países. Porém, o facto da Suíça não estar presente na União Europeia, as exportações sofrem com as restrições aduaneiras e pela falta de livre circulação de bens.[103]
A Suíça possui uma economia estável e em ascensão com um PIB per capita superior a muitas outras nações europeias. A base principal do motor económico do país são a exportação de material de precisão como motores, jacto e relógios; produtos químicos e farmacêuticos, serviços de seguros e banca internacionais, a exportação de energia eléctrica para os países vizinhos e a exportação de produtos lácteos como o chocolate e o queijo.
A localização geográfica, a estabilidade política e económica, as infra-estruturas bem conservadas, a educação superior e os impostos relativamente moderados proporcionam à Suíça uma economia próspera tornando o país um lugar de sede de organizações internacionais e multinacionais conhecidas em todo o mundo como a Nestlé, a Novartis, a Swatch, a Rolex, a UBS entre muitas outras.
A Suíça produz energia através de centrais nucleares como esta em Leibstadt, Argóvia.
Os principais parceiros e importadores dos produtos suíços são a Alemanha, França, Itália seguindo-se os Estados Unidos, o Reino Unido e o Japão, sendo que 80% das trocas económicas são feitas com a União Europeia.
O poder de compra é alto, apesar do custo de vida o ser também. Porém, os altos salários, a inflação baixa (1%) e um nível de desemprego de 3.1% permitem aos habitantes terem uma qualidade de vida muito acima de vários países.[104]
Segundo a CIA, o sector primário (agricultura e pecuária), o sector secundário (indústria e transformação) e o sector terciário representam, respectivamente, 3,9%, 22,8% e 73,2 % da força laborar helvética.[105]

Recursos

Apenas 4% da população trabalha na agricultura e a cada dia, um ou dois agricultores deixam a actividade. A Suíça tem apenas 10% do território ideal para a produção agrícola. A maior parte dos produtos internos são as batatas, o milho, as saladas, as maçãs, os tomates, os morangos entre outros. O vinho também faz parte da agricultura sobretudo na zona francesa (Valais, Vaud, Neuchâtel e Fribourg).
Usina nuclear de Gösgen.
A água é obtida directamente dos glaciares e das fontes espalhadas nas mais diversas estâncias de alta altitude e apresenta óptima qualidade, pois a poluição mineral não desejada é baixa. Aliás, todas as minas que funcionavam antes da Segunda Guerra Mundial foram encerradas.
40% da electricidade é obtida através de centrais nucleares e de grandes barragens localizadas nos Alpes enquanto que o restante é importado de outros países durante os períodos de alto consumo (Inverno e noite). No verão, a Suíça exporta energia para os seus vizinhos evitando desperdícios.[106]
Em 18 de maio de 2003, duas iniciativas antinucleares foram rejeitadas: Moratorium Plus, que objetivava a proibição de construção de novas usinas nucleares (41,6% apoiaram e 58,4% se opuseram),[107] e Eletricidade Não Nuclear (33,7% apoiaram e 66,3% se opuseram).[108] A primeira moratória de dez anos na construção de novas usinas nucleares foi o resultado de uma iniciativa popular votada em 1990, a qual foi aprovada com votos de 54,5% Sim contra 45,5% Não. Atualmente, uma nova usina nuclear no Cantão de Berna está planejada. A Secretaria Federal de Energia Suíça (SFES) é o órgão responsável por todas as questões relacionadas ao abastecimento e uso de energia dentro do Departamento Federal de Meio-ambiente, Transporte, Energia e Comunicações (DMTEC). A agência apoia a iniciativa da sociedade dos 2.000 watts para cortar o uso de energia da nação em mais da metade até 2050.[109]

Infra-estrutura

[editar] Transportes

Túnel de base de Lötschberg, o terceiro maior túnel do mundo.
Parte vital de qualquer país, as comunicações são parte essencial de uma economia de qualquer nação desenvolvida como a Suíça. O país apresenta uma alta concentração de comunicações quer a nível de infra-estruturas, estradas, telecomunicações, etc.
Os aeroportos são a porta principal entre a Suíça e o estrangeiro. Contam-se três aeroportos internacionais: Zurich-Kloten, Genebra e Basileia-Mulhouse, que, na realidade, situa-se em Mulhouse, França, mas serve as duas cidades. Ainda existem outros dois aeroportos internacionais mas mais pequenos em Berna e Lugano mas que não têm capacidade suficiente para receber grandes aviões operando sobretudo voos de low-cost.
Os transportes públicos são um dos mais funcionais da Europa e englobam comboios, autocarros, teleféricos, entre outros. Os comboios e respectivos caminhos-de-ferro são uma das marcas mais importantes da Suíça. São regulados pela empresa estatal SBB-CFF-FFS embora existam também companhias privadas. Todos as linhas estão electrificadas restando poucas em que os comboios funcionam a diesel e muito menos aqueles que funcionam a vapor para fins turísticos. A Suíça possui a maior densidade de caminhos-de-ferro da Europa e a precisão do tempo e os raros casos de atraso são a razão para a escolha da população por este tipo de transporte.
De seguida, os autocarros também são um símbolo do país. Os de longa distância são regulados pelos correios, são de cor amarela e possuem uma alta autonomia ligando normalmente cidades a locais de alta altitude.
Por fim, a Suíça apresenta também uma altíssima densidade de estradas (auto-estradas, vias reservadas a automóveis e estradas nacionais) que liga o país inteiro. O facto de não haver portagens permite aos suíços uma maior mobilidade sem ter de escolher as suas vias. Porém, existe um autocolante a ser posto nos carros e que confirma que o condutor pagou uma taxa para poder utilizar as auto-estradas.[110]

Educação

Alguns dos cientistas suíços que desempenharam um papel fundamental em sua área de atuação (no sentido horário):
Leonhard Euler (matemática)
Louis Agassiz (glaciologia)
Auguste Piccard (aeronáutica)
Albert Einstein (física)
A educação tem vindo a ser uma fonte importante de recurso para o seu desenvolvimento económico. Por isso, o país clama em ter um dos melhores sistemas do mundo nessa área. No entanto, não existe um sistema educativo mas sim 26, o mesmo número de cantões, variando entre eles. Por exemplo, em alguns cantões o ensino da primeira língua estrangeira é iniciado no quarto ano enquanto que em outros inicia-se no sétimo. O facto de cada cantão possuir o seu sistema educativo, transferir os estudantes de uma escola para outra fora do seu cantão de residência pode se tornar problemático, podendo resultar na rejeição de vários deles nas suas escolas de destino.[111]
A maioria dos estudantes frequentam estabelecimentos públicos dado que os privados são caros para a maioria da população. Consiste em três períodos escolares: elementar, secundária e universitário. Todas as crianças são obrigadas a frequentar por no mínimo nove anos de escolaridade, seja em escolas públicas ou privadas.[111]
O "Zentrum", campus do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, a mais prestigiada[112] universidade da Suíça, onde Albert Einstein estudou.
A elementar inicia-se normalmente aos sete anos de idade da criança e dura oito ou nove anos consoante o cantão. Algumas escolas oferecem um ano a aqueles que ainda não se decidiram em termos de carreira ou não tenham encontrado um emprego, ou não tenham atingido a idade para iniciar uma actividade profissional específica. No cantão de Zurique, tal como no cantão de Valais, a primária consistem em seis anos de educação primária, tendo normalmente apenas um professor para todos as disciplinas, e mais três anos onde já têm no mínimo dois professores para disciplinas específicas. Depois de terminar a escolaridade elementar, os estudantes têm normalmente duas opções: a secundária ou escolas de maturamento, em que a segunda incide principalmente na educação específica para uma profissão.[111]
O secundário, similar com o sistema português, tem várias áreas de incidência: as Mathematisches und Naturwissenschaftliches Gymnasium para as matemáticas e as ciências naturais; as Neusprachliches Gymnasium para o ensino de línguas modernas como o inglês e o francês (ou alemão, dependendo do cantão em que se insere o aluno); as Wirtschaftsgymnasium para as áreas da economia; entre outras. O secundário dura entre quatro e meio a seis e meio anos e formam competências básicas para o acesso a universidades através do Eidgenössische Matura - diploma federal.[111]
Existem 12 universidades na Suíça, dez cantonais e duas federais, em que a primeira incide em áreas não-técnicas. As duas universidades técnicas federais são a Eidgenössische Technische Hochschule Zürich e a Éc
ole Polytechnique Fédérale de Lausanne. No entanto, o estudante que não tenha seguido o secundário e tenham optado pelas escolas de maturamento, têm à disposição um vasto leque de escolas superiores técnicas cantonais como a Haute École Valaisanne.[111]

Ciência e tecnologia

Interior do Grande Colisor de Hádrons, no CERN, o maior laboratório do planeta.
A ciência e a tecnologia são fontes importantes para o desenvolvimento económico suíço. A Fundação Nacional para a Ciência é a organização do Governo que apoia através de fundos a investigação científica no país. A estrutura política e educacional permitem que a Ciência na Suíça esteja entre as mais avançadas do Mundo.[113]
O país tem a sua Agência Espacial e participa directamente com a Agência Espacial Europeia, sendo um dos dez fundadores. O astrónomo suíço Michael Mayor descobriu 51 Pegasi b, o primeiro exoplaneta a girar a volta de uma estrela como o Sol do Sistema Solar.[114] Nas áreas da Matemática Leonhard Euler é considerado como o mais proeminente do século XVIII. Fez descobertas importantes nas áreas das funções matemáticas. Na Física, o naturalizado Albert Einstein (em 1901)[115] foi um dos maiores génios científicos de todos os tempos através das suas teorias da relatividade e da sua equação E=mc².
A cidade de Genebra acolhe o maior laboratório do mundo, o CERN,[116] que se dedica à investigação na área da Física. Outra instituição importante é o instituto Paul Scherrer. De entre as invenções mais famosas feitas na Suíça, destacam-se a Dietilamida do ácido lisérgico (LSD), o Microscópio de corrente de tunelamento e o velcro.

Saúde

CHUV: Centre Hospitalier Universitaire Vaudois, um dos maiores hospitais da Suíça.
O sistema de saúde na Suíça baseia-se através de um sistema de seguros no qual todos os cidadãos são obrigados por lei a adquirir um, previsto pelo Acto Federal da Saúde. Enquanto que o seguro é subsidiado pelo governo, sobretudo para os mais pobres, os suíços pagam uma larga percentagem dos prémios do seu seguro de saúde. O governo paga 25 % dos prémios enquanto os cidadãos pagam o resto. No entanto, o Estado é muito severo no que aplica a cobertura dos seguros sendo proibida a rejeição de uma cobertura a nenhum cidadão; exige que todos os preços dos mesmos sejam publicados.[117]
Em 2005, a esperança média de vida era de 79 anos para os homens e 84 para as mulheres,[118] colocando o país em terceira posição no grupo dos países europeus em termos de esperança de vida.[119] A qualidade de vida reflecte-se na esperança de vida em boa saúde de 71 anos para os homens e 74 para as mulheres. A taxa de natalidade, estimado para o ano de 2008, está registada nos 9,62 nascimentos por cada 1000 habitantes, enquanto que a taxa de mortalidade fica-se pelos 8,54 falecimentos por 1000 habitantes.[120]
Em termos de doenças, as mais frequentes são as de origem cardiovascular que representam 37% dos falecimentos, seguidos pelos vários tipos de cancro que registam 25% dos falecimentos no país.[121] Em 2001, a taxa de infectos com SIDA era de 0,4 % representado 13000 pessoas.[122]
O sistema de Saúde na Suíça compreende 350 hospitais, cerca de 4,5 por cada 100 mil habitantes, proporcionando 43 mil profissionais de saúde, dos quais 28 mil são médicos, 3,8 por cada 1000, 3600 dentistas e 1650 técnicos de farmácia.

Cultura

População

A mentalidade dos suíços é sobretudo pro-europeia. Mesmo não estando integrada na União Europeia, os suíços (sobretudos os da zona francófona) têm ideias europeias (sobretudo ocidentais): liberdade, tolerância e pluralismo. Também é dito que os suíço são conservadores nos seus ideais e que defendem um outro ponto de vista do que a Europa. Porém, é defendido que o que muito caracteriza a Europa hoje em dia é herdado da Suíça, que foi um dos primeiros países a adoptar uma democracia como se conhece hoje em dia.
Sede da Cruz Vermelha em Genebra. A organização foi fundada na Suíça e teve muita influência na ajuda humanitária.
No dia-a-dia, os suíços preferem coisas pequenas e não são esbanjadores. Mas são sobretudo marcados pela pontualidade, a precisão e o perfeccionismo. É assim que funciona a máquina económica, política e social. Tudo é regulado e perfeito pois cada suíço sabe que o dinheiro pago em impostos é investido em infra-estruturas como caminhos-de-ferros, estradas, hospitais, escolas, etc. E também concordam a tecnologia com o respeito pelo ambiente criando a responsabilidade e o civismo, que é notado em todos os níveis: desde a segurança rodoviária até às escolas, passando pela maneira de ser, de comunicar, entre outros. Este civismo também é sentido nos mais diversos referendos que são criados incentivando os suíços a participar na vida política quer directa ou indirectamente, proporcionando um sistema único no mundo de democracia directa que, ao contrário dos restantes países europeus com parlamentos ou senados, faz da Suíça um dos países mais democratas do Mundo mostrando também respeito e solidariedade. A solidariedade também é importante para os suíços, embora controversa. A Cruz Vermelha e os direitos humanos tiveram muito influência do país. Cada suíço contribui para a solidariedade através dos impostos ou de pagamentos voluntários. A controvérsia neste tema foi no acolhimento barrado a refugiados durante várias guerras, sobretudo a judeus durante a Segunda Guerra Mundial culpando a Suíça por alguma parte da tragédia durante este tempo da história da Humanidade. A cultura suíça também está bem dividida nas quatro regiões linguísticas. Apesar da importância do multilinguismo, é necessário entender que os habitantes respeitam claramente as diferenças culturais cujas raízes encontram-se na língua falada em cada região. Apesar das várias línguas, culturas, pontos de vista, cantões com autonomia, a Suíça é como um relógio perfeito em que cada mecanismo está interligado sem interferir um no outro.[123]

Desporto

Roger Federer representa uma das modalidades mais praticadas da Suíça, o tênis.
Tal como os outros países desenvolvidos, a Suíça possui um grande leque desportivo de atletas, clubes, claques, estádios, praticantes anónimos, etc.
O futebol é um dos desportos mais praticados no país. Conta com uma liga nacional de dez equipas e muitas outras amadoras espalhadas pelo país. O hóquei no gelo também é muito famoso e muitos outros desportos vão tendo destaque como o voleibol, o basquetebol, o andebol, etc.
Do lado individual destaca-se sobretudo o atletismo, a ginástica, o esqui e o ténis, cuja maior figura representativa do país nesta modalidade é o campeão Roger Federer.
Os suíços, enquanto cidadãos amadores, também praticam desporto mostrando ser uma população activa, ao contrário de outros países europeus. No Verão é sobretudo praticado o skate e o ciclismo enquanto que no Inverno praticam mais esqui e snowboard.
A nível cantonal, é muito comum haver desportos facultativos instruídos aos jovens. O desporto, que é uma das cadeiras do conselho Federal, é considerado essencial perante a população na educação e na maturação dos suíços.
Juntamente com a Áustria, a Suíça foi o país acolhedor do Campeonato Europeu de Futebol de 2008.[124]

Artes

DJ Bobo é conhecido na Europa com o seu tema que cantou na Eurovisão 2007 Vampires are Alive.
Nas várias artes que compõe a cultura, desde o cinema à literatura passando pela música e pela arquitectura, a Suíça apresenta uma boa diversidade nestas áreas.
Na música, dá-se grande ênfase à música folclórica única no mundo. Na história da música não há grandes compositores destacados mas acredita-se que tenha dado boas contribuições. Actualmente as rádios nacionais são obrigadas por lei a emitir programas culturais sobre a Suíça. DJ Bobo é um cantor suíço conhecido na Europa e que teve destaque na Eurovisão.[125]
No campo da literatura existe uma diversidade e autores e livros dada ao multilinguismo presente no território. Alguns autores conhecidos são Jean-Jacques Rousseau, Blaise Cendrars, Hermann Hesse … Alguns deles são confundidos com outra nacionalidade pois publicam muitos livros nas capitais dos países vizinhos.
Alguns actores suíços são também conhecidos no mundo inteiro, sobretudo a intérprete da primeira bond-girl em Dr. No, Ursula Andress.
A raclette é um prato típico suíço.

Gastronomia

A gastronomia típica helvética é claramente feita à base de leite. Os suíços, juntamente com os franceses, produzem queijo para a raclette que é derretida e servida com batatas cozidas e pickles. Além do queijo,come-se muita massa,como o äplermakronen,uma massa com queijo e batatas,prato típico de inverno, o chocolate também é muito famoso no país e além mundo. A empresa Nestlé, sediada em Vevey (Vaud), produz chocolate suíço para ser comercializado em todo o Mundo. Na parte alemã é comum encontrar o rösti em formato de panqueca,é feito de batatas cozidas e raladas,a massa misturada com manteiga podendo juntar bacon, cebolas, entre outros ingredientes, é então colocada em uma frigideira e tostada dos dois lados. Também é comum encontrar pratos feitos a partir de castanhas, sobretudo nas zonas montanhosas (Valais e Tessino).
Os vinhos suíços não são muito famosos no mundo, pois a produção vinhateira na Suíça é muito reduzida, apesar da tecnologia usada no processo de obtenção. A cidra de maçã, o absinto de Jura e a Rivella são outras bebidas famosas.
Tortas e quiches também são tradicionalmente encontradas na Suíça. Em particular, as tortas são feitas de todos os modos, desde maçã à cebola. Outro prato típico são os cervelats, linguiça suíça feita especialmente no país e no sul da Alemanha. Na Suíça, a culinária é influenciada pelas outras culturas adjacentes como a francesa, alemã e italiana.










 

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